quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Sinal dos tempos: banqueiro na prisão



Semana de 21 a 27 de outubro de 2013


Nelson Rosas Ribeiro[i]



Tudo leva a crer que as tendências de evolução da situação da economia mundial continuaram inalteradas. Nos EUA, apesar de superada a ameaça do calote iminente, a economia se arrasta sem sinais de recuperação rápida. O fraco crescimento do emprego, em setembro, fez o rendimento dos títulos do tesouro americano cair e levou o “mercado” a manter as expectativas de prolongamento do “afrouxamento monetário” (Q. E.) pelo Federal Reserve (Fed), banco central americano. A China mantem-se em ritmo lento e o Japão, com o seu abenomics (política econômica implementada por Shinzo Abe), tem conseguido resultados não muito satisfatórios, mas está provocando um sério agravamento na distribuição de renda, o que pode trazer inquietação social. Na União Europeia (UE) não há sinais de recuperação e as contradições entre os austeros alemães, acompanhados por alguns satélites como a Lituânia, e os demais países, se agrava. Os alemães opõem-se às medidas de maior controle comunitário sobre os bancos, a chamada União Bancária, temerosos de que os “burocratas de Bruxelas” passem a usar o dinheiro da Alemanha salvando bancos falidos em países como Espanha, Irlanda ou mesmo Itália. O resultado é que os planos para intensificar a integração estão engavetados.
Se a nível da política econômica as coisas se arrastam, em relação ao setor bancário há novidades. Na UE, o Banco Central Europeu (BCE) mostra-se preocupado com a saúde financeira dos bancos da região e está concluindo um estudo dos 130 maiores estabelecimentos que possuem 85% do total dos ativos financeiros. Comenta-se que o BCE exigirá que os bancos criem uma reserva de capital mínimo de 8% dos ativos ponderados pelo risco. Nos EUA, o Fed está sendo mais rigoroso e impondo condições mais duras que as de Basileia 3. O Fed está criando uma “exigência quantitativa de liquidez” capaz de absorver possíveis choques. Está proposta a criação de uma reserva de US$ 2 trilhões para garantir a sobrevivência dos bancos em caso de crise. Está sendo exigida uma mais elevada liquidez nos ativos e sendo taxados com deságios os títulos de menor liquidez. O azar do setor financeiro tem até uma nota digna de crônica social. Em Bolonha, na Itália, foi preso o cidadão suíço Raoul Weil, ex-diretor de gestão mundial de grandes fortunas do UBS, em atendimento a um mandato de prisão internacional emitido pelos EUA. O esperto banqueiro é acusado de ajudar 17 mil americanos a ocultar US$ 20 bilhões em contas bancárias na Suíça e estava foragido. O UBS, pressionado pela justiça americana, delatou a existência das contas após ser multado em US$ 780 milhões, rompendo a tradição suíça de sigilo bancário. (Cuidado! Nem os suíços são mais aqueles!)
E para não dizer que só estamos falando mal dos outros, no Brasil, o Bradesco anunciou um prejuízo de R$ 1,52 bilhão ao ser obrigado a “marcar a mercado” os títulos disponíveis para a venda. No segundo trimestre o banco já havia assumido um prejuízo de R$ 8,87 bilhões. Este é o momento em que os bancos têm de retirar o lixo de debaixo do tapete. Nos seus ativos eles possuem títulos podres que são contabilizados pelo valor de face fazendo aparecer nos balanços situações confortáveis e elevados lucros. Este é um fenômeno mundial. Quando são obrigados a corrigir estes valores pelos preços de mercado eles registram o que é chamado de “baixa contábil”. É para evitar este tipo de operações que os BCs de muitos países, e o Fed em particular (US$ 85 bilhões mensais), mantêm seus programas de compras destes títulos transferindo-os para os seus cofres.
Ainda no Brasil, as pressões do FMI e OCDE aumentaram com críticas ao endividamento do estado e ao desequilíbrio fiscal. Até as transferências do tesouro para o BNDES estão sendo criticadas, bem como a queda das estimativas para o superávit primário que já estão em 1,3% do PIB. Com a dificuldade de controlar a inflação e a subida da Selic, parece que o desgaste do ministro Mantega está aumentando e agora “um valor mais alto se alevanta”. O perigoso Tombini, presidente do BC, agora também cotado como possível substituto em um próximo governo Dilma.
Valha-nos Deus!


[i] Professor Emérito da UFPB e Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira progeb@ccsa.ufpb.br); (www.progeb.blogspot.com).
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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

A volta do tripé, digo, saci macroeconômico



Semana de 14 a 20 de outubro de 2013


Rosângela Palhano Ramalho[i]



            As discussões sobre a conjuntura econômica brasileira esquentaram após o Copom decidir por um novo aumento da taxa de juros, de 9 para 9,5%. O leitor, infelizmente, não teve acesso a nossa última análise (produzida, mas não publicada neste espaço, por motivos que fogem a nossa vontade), que novamente fez duras críticas à decisão da autoridade monetária (A referida análise, que tem como título “Pânico no planeta, economia patina, mas juros sobem” encontra-se disponível em nosso blog referenciado logo abaixo deste texto).
            O fato é que após a decisão, outra discussão ganhou corpo. O governo passou a ser acusado de abandonar o tripé econômico, doutrina que deveria embasar a nossa política econômica. O leitor sabe que esta contenda não é nova. Em 2010, a nossa coluna demonstrou que o tripé baseado em três objetivos, obtenção de altos superávits primários, câmbio flutuante e regime de metas para inflação, tem apenas um pé, uma vez que prioriza de forma absoluta apenas a manipulação das taxas de juros para combater a inflação. Por essa razão nós o apelidamos de saci macro econômico.
            A confusão atual foi iniciada por quem nada entende do assunto. Marina Silva, frustrada pela não criação de seu partido e agora aliada de Eduardo Campos, candidato do PSB a presidência da Republica em 2014, discursou fervorosamente contra a política econômica do governo e defendeu, de forma veemente, o retorno ao tripé. A plateia, formada principalmente por investidores do banco Credit Suisse, ficou satisfeita ao ouvir de Marina que o governo deve dar “claros sinais ao mercado” do seu comprometimento com estas políticas. Quem te viu e quem te vê!
            O alvoroço foi geral. Dilma e a equipe econômica saíram na defensiva. Segundo a presidente, o governo jamais abandonou o tripé, ou seja, as contas públicas estão em ordem, as reservas internacionais estão elevadas e a inflação está controlada. Mas, esquece Dilma, que de acordo com esta “solução absoluta”, não basta apenas declarar que as contas estão em ordem. Dever-se-ia ter cumprido a meta de superávit primário que, para este ano, era de 3,1%, o equivalente a economia de R$ 155,9 bilhões direcionados ao pagamento dos juros da dívida. O governo já assumiu que esta meta não será alcançada e o número fechará o ano em 2,3% do PIB, ou seja, ao invés de R$ 155,9 bilhões, pagaremos aos nossos pobres credores apenas R$ 111,2 bilhões!
            Esquece Dilma também, que para a doutrina do “tripé”, não basta apenas ter reservas internacionais disponíveis, mas é necessário o câmbio a flutuar. Já fizemos referência aqui, que o nosso câmbio é regido pelo regime flutuante sujo, aquele em que a mão do governo é acionada quando as taxas cambiais fogem ao controle. Este ano, com o afrouxamento monetário promovido pelos Estados Unidos, as intervenções no mercado de câmbio foram intensas, no sentido de barrar a valorização do real. O Banco Central do Brasil anunciou, em agosto, um programa de intervenções para ofertar diariamente contratos de compra de dólares a futuro no valor de US$ 55 bilhões, até o final do ano. Portanto, o tripé foi abandonado há muito tempo sim. A saída mais honrosa para o governo seria assumir que ele não é mais um tripé e sim um saci, conforme tínhamos provado em 2010. O saci, maquiavélico, nos devolveu o topo do ranking dos maiores juros reais do mundo!
            Os “analistas de mercado”, diante da decisão do Copom, como era previsível, passaram a elogiar a “responsabilidade” do governo e afirmar que foi resgatado um pontinho da “credibilidade” do Banco Central. Em novembro, tem-se como certo o aumento de 0,5 ponto percentual. Desesperadamente, analisam-se as entrelinhas da ata do Copom, a espera de um sinal que mostre que o aperto se estenderá por 2014. Trata-se agora de uma análise para entender o que está por trás do português da bendita ata. No termo “ainda”, concluem os “analistas”, está o segredo. Segundo o texto, a inflação “ainda” está resistente. Conclusão: a instituição não está satisfeita com o pequeno recuo do índice de preços ocorrido nos meses passados. Novos apertos virão. Mas não basta isto. O Banco Central, para recuperar sua credibilidade, diz o mercado, deveria garantir o retorno da inflação para o centro da meta (4,5%). Para isto a taxa deveria subir a 13%!
            Ao que parece, o saci macroeconômico continuará a fazer suas peripécias, contribuindo para abortar a débil recuperação da economia, travar o desenvolvimento, aumentar o desemprego, reprimir o consumo e tornar ainda mais difícil a vida do setor industrial do país.
            Viva a independência do BC!


[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira. (www.progeb.blogspot.com)
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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Pânico no planeta, economia patina, mas juros sobem



Semana de 07 a 13 de outubro de 2013


Nelson Rosas Ribeiro[i]


Enquanto o planeta continua em pânico, com as indecisões nos EUA, a economia brasileira evolui lentamente e repleta de instabilidades. A decolagem ainda não começou o que pode ser observado pelos dados divulgados. Apesar dos benefícios das desonerações tributárias, os setores como têxtil, calçados, confecções, etc., continuaram a liderar as demissões de trabalhadores que ocorrem desde o início do ano. Segundo pesquisa do IBGE, 17 segmentos da indústria de transformação reduziram 0,8% a ocupação, entre janeiro e julho, em relação ao mesmo período do ano passado. E as perspectivas para o fim do ano não são boas. Ainda segundo o IBGE, entre julho e agosto o emprego reduziu-se 0,6% sendo a quarta queda no ano.
As pesquisas da CNI trazem números diferentes e, para o mesmo período, apresentam um crescimento do emprego de 0,8%. As discordâncias se estendem a outros indicadores como a produção, faturamento, horas trabalhadas, etc. Os dados da CNI, de modo geral, são mais otimistas que os do IBGE. Por outro lado, pesquisas feitas pelo Valor Econômico mostram a tendência para a queda no setor de bens de capital que vinha demonstrando dinamismo desde o início do ano. Segundo esta fonte, o consumo aparente de máquinas e equipamentos caiu entre 2% e 4%, no terceiro trimestre, em relação ao segundo. Estes dados nos mostram que a recuperação da economia do país causa preocupações. E, para tornar mais difícil a situação, dados da FGV mostram que, apesar dos ritmos lentos da indústria, os estoques estão se acumulando em 14 gêneros industriais, no período de julho a setembro. A situação mais grave é nos setores de transporte e mecânica.
É exatamente neste ambiente de dúvidas e instabilidade que, mais uma vez, o Copom, órgão do BC, resolve aumentar novamente a taxa de juros básica, a Selic, em 0,5%, o que a elevou a 9,5%. É bom lembrar que o nível das taxas de juros dos países avançados continuam baixos: EUA – 0,25%, BCE – 0,75%, Japão – 0,1%, Inglaterra – 0,5%, etc. O pior é que o ambiente internacional se apresenta ainda mais hostil e com a espada americana no pescoço. O mundo espera petrificado o resultado da arenga entre Democratas e Republicanos no congresso dos EUA em torno das duas pendências: aprovação do orçamento (que está paralisando o governo) e do aumento do teto do endividamento que está provocando o medo do calote geral.
 Mas, mesmo que os impasses sejam resolvidos, ainda resta a dúvida sobre a política monetária que o Fed (Federal Reserve), BC americano, vai adotar com a sua nova presidente recém nomeada pelo Obama, Janet Yellen. Como se sabe, a política do Fed de afrouxamento monetário (Quantitative Easing – QE), já está na sua terceira etapa o que significa a compra de US$ 85 bilhões de títulos do tesouro e papeis lastreados em hipotecas, por mês. É este derrame que tem carreado para os países emergentes o tsunami de dólares que tem provocado grandes desequilíbrios e especulações. O que os comentarista não dizem é que, na verdade, estes recursos enchem os cofres dos bancos que têm a oportunidade de se livrarem dos títulos podres que falseiam seus balanços. Estima-se que o volume destes títulos rondava os US$ 14 trilhões e as compras já feitas já levaram para os cofres do Fed US$ 3,6 trilhões. Mas o problema não é apenas dos EUA. Este tipo de papeis, nos bancos da Europa, atingem o montante de € 33 trilhões o que representa 3,5 vezes o PIB da zona do euro e que terão de ser descartados. Isto mostra ainda a grande fragilidade dos sistemas bancários dos países mais avançados.  
É neste ambiente de incertezas que, enquanto os outros BCs do mundo protegem os seus sistemas econômicos com juros baixos, políticas fiscais flexíveis e afrouxamentos monetários, o bravo BC do Brasil, aumenta as taxas de juros, clama por ajustes fiscais e equilíbrios orçamentários. E, como fiel lacaio dos especuladores financeiros, deixa no ar a quase certeza de que continuará subindo os juros, além da barreira dos dois dígitos.
Em sua cabeça ideologicamente enferma, com juros mais altos consegue-se combater a inflação pois, a inflação no Brasil é uma inflação de demanda e por isso a maneira de comprimir a demanda é restringindo o crédito, o consumo eos investimentos para aumentar o desemprego e reduzir os salários. Ou seja, estamos todos comendo muito, consumindo em excesso.


[i] Professor Emérito da UFPB e Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira progeb@ccsa.ufpb.br); (www.progeb.blogspot.com).
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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A centralização do setor de telefonia brasileiro



Semana de 31 de setembro a 06 de outubro de 2013


Rosângela Palhano Ramalho[i]



            Enquanto os Estados Unidos caminham para a semana decisiva que resolverá o impasse para a elevação do teto de sua dívida pública e o mundo ainda discute os efeitos da decisão do Fed em manter o afrouxamento monetário, o cenário de crise mundial perdura. Na Europa, a expectativa gira em torno da reunião do Banco Central Europeu, que segundo os analistas, deverá reproduzir as mesmas condições da reunião anterior, concluindo que o continente segue em lenta recuperação.
            Aqui no Brasil, a semana foi marcada por discussões acerca da nova decisão do Copom em relação aos juros e com a corrida para as eleições de 2014. Segundo Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, a instituição tem total controle sobre a inflação. Os “analistas de mercado” apostam que os juros se manterão em um dígito este ano, mas apresentam dúvidas quanto à próxima decisão do Copom. Na área política as movimentações marcaram a saída do PSB da base aliada do governo e também o fracasso da criação do Rede Sustentabilidade, partido proposto por Marina Silva e rejeitado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
            Enquanto isso, assistimos a movimentação das empresas na tentativa de aumentar seus lucros e escapar da crise. A semana foi bastante fértil no que diz respeito ao processo de fusões e aquisições no setor de telecomunicações. As duas maiores empresas de telecomunicações no Brasil anunciaram, esta semana, um acordo que pretende fortalecer a união já existente entre elas. A Telefónica de España (controladora da Vivo) se comprometeu a comprar a participação dos sócios na Telco (empresa controladora da TIM). O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) pediu explicações acerca dos impactos gerados no mercado brasileiro. Com a atual operação, a fatia de mercado da Telefónica aumentou de 46% para 66%. Mas, mesmo que a participação de mercado ultrapasse os 50%, nem o Cade, nem a Anatel, consideram o mercado concentrado, pois, segundo os órgãos, há outros itens a serem julgados, como por exemplo, as condições de entrada para novos concorrentes.
            Outra fusão criou a CorpCo. Dois gigantes mundiais se uniram: Oi e Portugal Telecom. A Oi tem a liderança no mercado de telefonia fixa e se encontra endividada. Com o acordo, a empresa vislumbra a entrada de R$ 14,1 bilhões. Para tentar atenuar os comentários sobre os efeitos anticoncorrenciais do surgimento de uma gigante no setor, usou-se o blá blá blá de sempre: que a fusão não trará prejuízo para os clientes, já que as empresas não são concorrentes diretas e até se comprometem a melhorar a qualidade de seus serviços, com mais inovação. O governo se pronunciou através da ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, dizendo que é preciso avaliar os possíveis impedimentos.
            O artifício capitalista das fusões e aquisições não é novo. Marx o definiu como parte integrante do processo contínuo de acumulação capitalista, a qual chamou de centralização do capital. A centralização ocorre quando os capitais já existentes na economia são redistribuídos, transformando muitos capitais pequenos em poucos capitais grandes. Sobrevivem os mais fortes e como consequências temos uma reorganização da atividade econômica que poderá trazer ou não benefícios em termos dos serviços e preços.
            Mas, no caso da telefonia tanto fixa quanto móvel, não é isto que se tem observado. Basta adquirir o serviço, para sentir na pele, os descasos. Além disso, se olharmos os registros dos Procons em 2012, verificamos que a telefonia celular foi a líder de queixas. Segundo o boletim do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), o grupo Oi liderou o ranking geral de reclamações com 120.374 queixas. A segunda posição foi da Claro/Embratel, com 102.682 queixas. Só em terceiro lugar foi que apareceu uma empresa do setor financeiro, o Itaú, com 97.578 reclamações. O grupo Vivo-Telefônica apareceu em quinto lugar, com 44.022 queixas. As principais reclamações estavam relacionadas às cobranças indevidas, ofertas e problemas com contratos.
            As empresas, como sempre, garantem que estão buscando “uma melhoria contínua da qualidade dos serviços prestados aos consumidores”. Quem garante que os grandes grupos formados cumprirão o prometido?
            É só aguardar para ver.


[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira. (www.progeb.blogspot.com)
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