sexta-feira, 27 de julho de 2018

Grupo de Estudos: "Capitalismo e Dependência na América Latina"

No dia 01 de agosto de 2018, as 15hs auditório azul do CCSA, acontecerá o lançamento do grupo de estudos, que contará com o seguinte cronograma de encontros:


  • FLORESTAN FERNANDES


08/08 –  Sala multimídia CCHLA - “Padrões de dominação externa na América Latina”, in Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina

22/08 – sala 511 CCHLA - “Classes sociais na América Latina”, In Capitalismo dependente e classes sociais na América Latina

05/09 – sala 511 CCHLA -  cap. 5 “A revolução Burguesa no Brasil”

19/09 – sala de reuniões CCHLA - cap. 6  “A revolução Burguesa no Brasil”

03/10 - sala de reuniões CCSA - cap. 7 "A Revolução Burguesa no Brasil"


  • RUY MAURO MARINI


10/10 – SALA 511 “ Subdesenvolvimento e revolução” in Subdesenvolvimento e Revolução


17/10 – SALA 511 - "Dialética da dependência” (pags 131-154)

31/10  –  SALA 511 - “Dialética da dependência” (pags 155- final) + “Sobre a dialética da dependência”

7/11 ou 14/11 -  Encerramento do semestre e planejamento do próximo



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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Austeridade ameaça aniquilar recuperação econômica


Semana de 16 a 22 de julho de 2018

Rosângela Palhano Ramalho [i]

Mesmo sem apresentar taxas exuberantes de crescimento, a economia mundial se recuperou da crise iniciada em 2008. Em 2009, o Brasil foi atingido por ela e, em 2010, com a ajuda de políticas expansionistas, uma recuperação foi ensaiada. Mas, nos anos de 2012 e 2014 fomos lançados à lona novamente e de lá só saímos em 2017. Mas, o festejado crescimento de 1% do PIB no ano passado, se deu em virtude da supersafra da agricultura. O “novo” governo, aliviado, prometeu crescimento de 3% para 2018.
Ponhamos os pingos nos “is”. Desde o início do ano que as estatísticas mensais evidenciavam a trajetória errática do crescimento interno. Veja-se, por exemplo, a prévia do PIB fornecida pelo IBC-Br e calculada pelo Banco Central. Nos primeiros quatro meses do ano (antes da greve dos caminhoneiros), os resultados daquele indicador foram de -0,52%, 0,3%, -0,77% e 0,5%, resultando no saldo negativo de 0,13% no primeiro trimestre se já não vínhamos bem, em maio, mês em que ocorreu a greve dos caminhoneiros, a atividade industrial caiu 10,9% e o IBC-Br caiu 3,34%.
No dia 18 de junho, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, garantiu que os impactos da greve dos caminhoneiros na economia seriam transitórios. Mas, um mês depois, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) constatou que as “expectativas dos empresários para os próximos meses, que já estavam em trajetória de queda, pioraram.” Segundo a CNI, os efeitos “não serão apenas pontuais e transitórios” e o tabelamento do frete pode inviabilizar a produção de setores como o alimentício e o de construção. A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calculou leve alta de 0,6 ponto no Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) entre junho e julho e queda de 4,3% no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec).
Como não há sinais de melhora na economia, há uma tendência de piora dos indicadores econômicos para os próximos meses independentemente da ocorrência da greve. E não é difícil entender o porquê. Todos os remédios prescritos pelo governo para recuperar a atividade funcionam como purgantes. A definição de um teto para os gastos públicos, por um lado, não impediu a gastança e, por outro, reduziu consideravelmente os investimentos públicos. Em 2017, a queda dos investimentos foi de 29,5% em relação a 2016 e de 10,5%, apenas no primeiro bimestre deste ano, segundo dados da Agência Contas Abertas.
A Reforma Trabalhista, que transfere as negociações para o mercado, como já era esperado, não gerou os empregos que prometeu. No segundo trimestre de 2018, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do IBGE, apurou uma taxa de desemprego de 12,7%, o que significa que ainda há no país, 13,2 milhões de trabalhadores desempregados.
Como o poder de compra da população continua reduzido, as empresas não têm perspectiva de aumento das vendas e, logicamente, não estão usando o crédito para investir. Segundo a Serasa Experian, a procura por financiamentos caiu 1,4%, em junho, em relação a maio. E mesmo que as empresas quisessem usar uma fonte de financiamento mais barata, não a teria, pois, o governo de forma deliberada, está destruindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este banco somou esforços para conter a dívida bruta do governo e vai liquidar a devolução dos R$ 130 bilhões, requeridos pelo Tesouro Nacional, em agosto, pagando os R$ 70 bilhões que restam. Além disso, vai antecipar em 20 anos, o cronograma de pagamento de dívidas com o governo federal no total de R$ 250 bilhões. O BNDES pretende também reduzir a capacidade anual de empréstimos (que já alcançou 3,75% do PIB), para uma taxa entre 1% e 1,2% do PIB, entregando ao mercado de capitais, o financiamento produtivo.
Mais do que os resultados, o que nos assusta é que o governo e a maioria dos economistas continuam a repetir o mantra de que a austeridade e as “soluções” do mercado são as únicas saídas. Enquanto isso, a realidade se impõe, e com ela, a cegueira geral prevalece.
Viva o austericídio e a fábula do equilíbrio de mercado!


[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira. (www.progeb.blogspot.com.br) Contato: rospalhano@yahoo.com.br

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quarta-feira, 18 de julho de 2018

Eventos com participação do PROGEB

    O PROGEB participou durante a semana de 08 a 14 de julho de uma série de eventos que contou com a participação dos 3 professores que fazem parte do projeto.

Participação da recepção dos feras do curso de História:
A convite do Centro Acadêmico Quebra Quilos, o professor Nelson Rosas deu uma palestra para os novos alunos do curso de história com a temática "Movimento estudantil na década de 60".



Participação da recepção dos feras do curso de Economia:
A convite do Centro Acadêmico de Economia, que realizou uma semana de recepção dos feras, o professor Lucas Milanez proferiu palestra com a temática "As reformas trabalhista e previdenciária sob um olhar econômico".








Participação do Congresso do Povo Brasileiro:
O Congresso do Povo Brasileiro convidou o PROGEB para realizar uma apresentação com a temática "Conjuntura brasileira: Uma análise econômica", o evento contou com a presença dos três professores.







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Recuperação de água a baixo


Semana de 09 a 15 de julho de 2018

Nelson Rosas Ribeiro[i]

           
Finalmente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados sobre o desempenho da indústria no mês de maio, mês da greve dos caminhoneiros. Os números são arrasadores. A produção industrial teve uma estrondosa queda de 10,9%, em relação a abril, voltando aos níveis de 15 anos atrás. Foi a pior queda desde 2008. A produção dos bens de consumo duráveis desabou 27,4%; a dos bens de capital caiu 18,3%; a de bens de consumo semi e não duráveis caiu 12,2% e a de bens intermediários 5,2%. Dos 26 ramos industriais estudados 24 tiveram queda e em 15 deles esta queda foi de dois dígitos. Segundo o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a queda da indústria de transformação foi de 12,2%.
Passado o susto, em junho, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) registrou um crescimento na produção de veículos de 20,7%, em relação a maio, mas reduziu suas previsões de expansão, no ano, de 13,2% para 11,9%. O crescimento da indústria que foi negativo em 2014, 15 e 16 e só em 20017 conseguiu crescer 2,5%, agora, em 2018, os analistas estimam que, com alguma sorte, atingirá este último valor.
Refletindo o pessimismo, o índice de confiança da indústria atingiu o menor patamar do ano e o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve, em junho, sua primeira queda desde setembro de 2017.
Enquanto o nível de emprego cresce timidamente, aumenta o medo do desemprego. O indicador deste medo, calculado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), em junho, subiu 4,2 pontos, atingindo 67,9 pontos, o maior patamar da série iniciada em 1996.
Mas, não é só na atividade industrial que o bicho pega. Em maio, o varejo restrito caiu 0,6% e o varejo ampliado (incluindo veículos e materiais de construção) 4,9%. Na construção civil a situação também não é animadora. No primeiro semestre, em comparação com o mesmo período de 2017, em São Paulo, houve uma redução de 45% nos projetos residenciais apresentados. A venda de cimento, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), terá uma queda de 1 a 1,5% no ano. No primeiro trimestre, as vendas caíram 3%. O presidente do SNIC declarou pessimista: “vivemos um período de enorme incerteza”.
A difícil situação começa a refletir-se nas estimativas oficiais. Já se especula que, no relatório bimestral de receitas e despesas a ser divulgado no dia 22 próximo pelo Ministério da Fazenda, será reduzida a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, de 2,5%, para 1,6%. Em maio a Fazenda havia feito a primeira redução de sua previsão de 3% para 2,5%. O Banco Central (BC), antecipando-se à Fazenda, já havia reduzido a sua estimativa para 1,6%.
O futuro, para onde leva a “ponte” do presidente Temer, parece que é cada vez mais tenebroso. E não representa apenas a desaceleração da economia e o aborto da recuperação que está começando. As medidas tomadas pelo programa Rota 2030 para o setor automotivo revela o descaramento e desmoralização da “equipe dos pesadelos” em sua pretensa política de austeridade fiscal. A austeridade é só para o povo, para os empresários não. E os nossos garbosos empresários que clamam pelo estado mínimo e pela reforma da previdência não têm a menor vergonha na cara de serem beneficiados com uma renúncia fiscal que deveria atingir no máximo R$1,5 bilhões por ano, durante 15 anos. A pretexto de promover Pesquisa & Desenvolvimento o governo, através do programa Rota 2030, fará em benefício do setor automotivo uma renúncia fiscal que atingirá R$2,113 bilhões, em 2019 e R$1,646 bilhões, em 2020. Será um total de R$3,759 bilhões de redução da receita apenas nos dois primeiros anos.
Considerando-se a tendência para a piora da situação internacional, diante do agravamento da guerra comercial desencadeada pelas loucuras do presidente dos EUA Trump, que tem provocado a queda nas exportações, não teremos boas notícias até a realização das eleições.


[i] Professor Emérito da UFPB e Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira; nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com).

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quarta-feira, 11 de julho de 2018

As promessas de um salvador...



                                                     *Charge de Latuff, clique para acessar o perfil do autor.

Semana de 02 a 08 de julho de 2018

Lucas Milanez de Lima Almeida [i]

Ainda em 2015, o então vice-presidente do Brasil, Michel Temer, lançou a chamada “Ponte para o futuro”, um documento que apresentava as medidas que ele tomaria, caso fosse o presidente da República. Em seu primeiro ponto, era prometido “construir uma trajetória de equilíbrio fiscal duradouro, com superávit operacional e a redução progressiva do endividamento público”.
Fracasso! Além de não realizar tal feito, uma das formas pelas quais o atual governo busca realizar o ajuste fiscal prejudica a arrecadação e a produção da riqueza futura: o governo está obrigando o principal banco de financiamento de investimentos de longo prazo da economia brasileira, o BNDES, a devolver dinheiro ao Tesouro Nacional para que o governo possa reduzir a dívida bruta do setor público. O total fornecido pelo Tesouro ao caixa do BNDES, em dezembro de 2015, era de R$ 523,7 bi. Já em dezembro de 2016 o valor foi de R$ 439,8 bi, em dezembro de 2017, de R$ 415,9 bi e já estava em R$ 391,9 bi, em março de 2018. Sem esse dinheiro, como a economia irá crescer?
Outro ponto prometido na “Ponte” foi: “executar uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada, por meio de transferências de ativos que se fizerem necessárias, concessões amplas em todas as áreas de logística e infraestrutura, parcerias para complementar a oferta de serviços públicos e retorno a regime anterior de concessões na área de petróleo, dando-se à Petrobras o direito de preferência”.
Este é o ponto mais quente da conjuntura atual. Numa tentativa insana (para não dizer outra coisa desaforada) de cumprir tal promessa, o governo Temer está cometendo um crime de lesa-pátria.
Há 20 anos que a Petrobrás não detém mais o monopólio legal sobre o petróleo e seus derivados (apesar de, na prática, ocupar a esmagadora maioria do mercado). Então, porque outras empresas não entram no nosso mercado? Além de ser uma estatal, que lhe dá a garantia de ter um Estado para salvá-la em momentos de dificuldade e põe um país inteiro como acionista, a Petrobrás tem competitividade para produzir com baixo custo, mesmo em comparação com o mercado mundial. Isto faz com que os preços internos possam ser praticados sem necessariamente seguirmos a cotação internacional do petróleo e, mesmo assim, a empresa obter lucro. Dentre outros fatores, tudo isto “amedronta” outras companhias que queiram entrar no mercado nacional, pois, caso os preços internos sejam baseados na estrutura de custos da estatal, elas não terão rentabilidade suficiente para compensar seus investimentos.
De forma genial, qual foi a saída encontrada pelo governo, tomada a partir de julho de 2017? Elevar os preços internos para que o setor se torne artificialmente rentável para as empresas estrangeiras! Além de alinhar os preços nacionais com a cotação internacional do petróleo e com o dólar, o então presidente da estatal, Pedro Parente (do capeta), resolveu interromper 30% do refino de petróleo e vender parte das refinarias da Petrobrás. Com a demanda mantendo-se constante (ou elevando-se) e a oferta se reduzindo, os preços subiriam. Com a ajuda da nova política de preços adotada, a elevação foi mais forte ainda. Assim, o mercado nacional se tornou lucrativo para as empresas estrangeiras.
O único problema foi que o governo se “esqueceu de combinar com os russos”, ou melhor com os caminhoneiros, que conduziram o país a uma greve geral forçada (que, por exemplo, fez com que a produção industrial caísse 10,9% e os investimentos 11,3%, em maio). Além deles, nós, o restante dos brasileiros, pagamos com boa parte da nossa renda a elevação nos custos com transporte para que as pobres coitadas empresas do naipe da Shell, Total, Chevron (Texaco) e Exxon Mobil pudessem atuar, com lucro, aqui no país.
Sem dúvidas, por esses e outros motivos é que a economia nacional patina: dos 3 milhões de vagas de trabalho prometidas por Temer para 2018, apenas 381,2 mil vagas formais foram criadas nos cinco primeiros meses do ano. Por outro lado, até maio, já foram encerradas 351 mil vagas com carteira assinada. A taxa de desemprego continua em dois dígitos (12,9%).
Fica então a pergunta: o salvador está salvando quem?


[i] Professor do Departamento de Economia da UFPB e pesquisador do PROGEB – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira. (www.progeb.blogspot.com; lucasmilanez@hotmail.com)

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quinta-feira, 5 de julho de 2018

O primeiro semestre se foi, mas as incertezas permanecem


Semana de 25 de junho a 01 de julho de 2018

Rosângela Palhano Ramalho [i]

Caro leitor, o cenário global de incertezas continua a se agravar. Enquanto o mundo (o Brasil incluído) teme as ações do “furacão Trump”, a greve dos caminhoneiros contribuiu para ampliar a desaceleração da economia interna. O evento acabou sendo um prato cheio para as desculpas do governo e grande parte dos economistas acaba por apresenta-lo como a causa da desaceleração econômica.
Então, permanece a retórica de que o PIB tombou em maio, mas que melhores horizontes estão por vir. A Fundação Getúlio Vargas (FGV), por exemplo, apurou, em maio, uma queda de 9% da produção industrial, mas espera que a situação se reverta em junho. A boa perspectiva fica no discurso, pois a instituição continua a prever desaceleração do investimento e do PIB. A taxa de investimento cairá 1,5%, no segundo trimestre. A projeção anual do crescimento foi revisada de 5% para 4% com manutenção do viés de baixa. O aumento do PIB foi revisado de 2,3% para 1,9%, também com viés de baixa.
Ainda segundo a FGV, o Índice de Confiança do Comércio caiu 3 pontos, em maio, e seguirá com viés de baixa, pois não há sinais “mais contundentes” de melhora da atividade econômica. O índice, que foi construído como base nas informações de 1187 empresas, também demonstrou piora tanto na percepção da situação atual, com queda de 2,2 pontos, quanto nas expectativas, com redução de 3,8 pontos.
O Banco Central também revisou para baixo a taxa de crescimento do PIB de 2,6% para 1,6%. Por setores, apurou-se que a indústria avançará apenas 1,6%, em vez de 3,1% inicialmente previsto, os serviços crescerão 1,3% ao invés de 2,4% e a produção agropecuária saiu do campo negativo (-0,3) para o positivo (1,9%). Mas a melhora da agropecuária não será suficiente para reverter a revisão para baixo do PIB e segundo o Banco Central, a nova taxa foi determinada pela greve dos caminhoneiros, pela piora do mercado financeiro e pela divulgação de dados trimestrais decepcionantes.
A instituição detectou também, em seu Relatório de Inflação trimestral, uma desaceleração da produção industrial, que apresentou queda de 0,1%, no trimestre móvel terminado em abril, antes da greve dos caminhoneiros, fato que indica que o arrefecimento da atividade econômica é anterior ao evento de maio. Além disso, o Ministério da Fazenda já havia previsto que o impacto direto gerado pela greve será de apenas 0,2% sobre o PIB anual, mas a revisão feita pelo Banco Central representou uma queda de 1% em relação à previsão anterior.
Outros indicadores para o ano, que sofreram revisão pelo BC, foram: o consumo do governo, reduzido de 0,5% para 0,2%, a alta dos investimentos revisada de 4,1% para 4%, o consumo das famílias que crescerá 2,1% ao invés de 3%. A maior decepção virá da construção civil, que teve o crescimento de 1,5% revertido para uma queda de 0,7%.
Por incrível que pareça, o Banco Central, na pessoa do diretor de Política Econômica Carlos Viana, declarou, na apresentação do Relatório, que “a economia brasileira segue operando com alto nível de ociosidade, mas continua em recuperação gradual”. Do ponto de vista teórico e prático esta é uma afirmação insustentável.
A economia do país continua a padecer e a queda da inflação está ligada à morosidade da atividade. Mesmo assim, o Banco Central resolveu redefinir, com base no resultado presente, a meta de inflação que vigorará a partir de 2021. A meta que atualmente é de 4,5% será de 3,75% e, é claro que o remédio amargo dos juros continuará a ser usado quando este indicador ultrapassar o limite estabelecido.
Temos observado então, que desde o início do ano, tem acontecido revisões para baixo do crescimento econômico anual. Ao final do primeiro semestre a estatística já foi cortada pela metade, o que expõe a fragilidade da nossa recuperação.
 Eleger um bode expiatório para o fato não resolverá o problema. E ao chegarmos à segunda metade do ano, a fragilidade interna estará exposta às loucuras do Trump.
Bons ventos não sopram pras bandas de cá.


[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira. (www.progeb.blogspot.com.br) Contato: rospalhano@yahoo.com.br

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