terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Reforçando a comunicação

Semana de 15 a 21 de fevereiro de 2016

Raphael Correia Lima Alves de Sena[i]

Na mesma semana, uma vitória e uma derrota do governo. A presidente Dilma Rousseff suspirou aliviada com a vitória de Leonardo Picciani (PMDB-RJ) para a liderança do PMDB na Câmara. A derrota de Hugo Mota (PMDB-PB) e de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Casa, tem um desdobramento direto no trâmite do processo de impeachment contra a chefe do Executivo. Com a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no final do ano passado, de reiniciar o processo de afastamento da presidente e uma nova escolha da Comissão Mista, os selecionados pelos peemedebistas devem estar em sintonia com o Planalto.
A comemoração não durou muito. Enquanto o governo ainda celebrava, a Standard and Poor´s tirou mais uma vez o grau de investimento do país. Para o Brasil, a importância da decisão, por mais que a credibilidade das agências de risco tenha sido colocada em xeque, após a crise financeira de 2008, reflete-se na entrada de dólares no país. Com o rebaixamento da nota de “BB+” para “BB” é esperada uma redução na entrada de “investimentos” em dólares (nesse caso, trata-se, principalmente, de dinheiro colocado na Bolsa brasileira), podendo pressionar, em última instância, a inflação ainda mais para cima. Diante disso, o governo antecipou o anúncio de mais um corte de gastos para o cumprimento da meta de superávit primário deste ano. A ideia de “acalmar” os “investidores” e provar que nosso país é um bom pagador não deu muito certo. Especialistas acreditam que o déficit esse ano ficará em torno de 1% do PIB, bem longe da previsão, feita pelo Planalto no final do ano passado, de superávit de 0,5%.
No que concerne à Taxa Selic, essa semana foi o momento do Banco Central “reforçar o canal de comunicação”. Mais claramente, isso significa reunir os principais bancos e fundos de investimentos e explicar que a taxa de juros básica da economia brasileira ficará estável em 14,25% por algum tempo. Tanto o presidente do BC, Alexandre Tombini, como o diretor de política monetária do BC, Aldo Mendes, se reuniram com “agentes do mercado” para consolidar a expectativa de estabilidade da Selic. Essas reuniões ocorreram num momento em que o mercado já cogitava a redução de juros pelo BC. Agora estão todos avisados e conscientes das próximas ações do BC, a comunicação foi reforçada.
Nos EUA, a ata do Fed (banco central americano) deixou em aberto a possibilidade de elevação da taxa básica de juros por lá. A expectativa de um crescimento menor do que o esperado e uma inflação mais baixa, além do cenário mundial desfavorável, basicamente a China, faz com que seja mais concreta a possibilidade de não haver aumento nos juros este ano. Já a China encontra-se no cenário clássico de crise cíclica de superprodução. O excesso de produção, tanto agrícola como industrial, já é cada vez mais perceptível. Enquanto o plano de curto prazo do governo chinês é estimular a economia através de aumento de crédito e gastos em projetos de infraestrutura, no longo prazo a ideia é promover a mudança de 100 milhões de pessoas da área rural para cidades. O objetivo dessa medida é de aumentar a classe média e com isso o consumo no país, no entanto, resta saber como irão criar empregos para toda essa massa de novos moradores da área urbana.
Por aqui, vale destacar o novo plano econômico paralelo do Partido dos Trabalhadores. Enquanto a presidente se empenha em realizar o ajuste fiscal, seu partido começa a esboçar a criação do Plano Nacional de Emergência. Nesse plano, a reforma da previdência e desindexação do salário mínimo não são consideradas. Era comum ouvir-se falar da falta de coesão da base aliada nas votações, mas a falta de coesão do partido da própria presidente está tomando contornos impressionantes. Ao mesmo tempo, Dilma Rousseff, a despeito da negativa de seu próprio partido, coloca a reforma da previdência como um de seus principais pontos de ação. O PSDB indica que votaria a favor desde que haja aprovação pelo próprio PT. Não pretende assumir o desgaste.
Por fim, o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) colocou as barbas de molho e preferiu sustentar-se na sua posição atual. Na iminência de uma possível cassação da chapa pelo TSE, situação em que sairiam tanto a presidente como o vice, a questão de ordem é se defender e não tombar.

[i]Advogado e Pesquisador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira progeb@ccsa.ufpb.br); (www.progeb.blogspot.com).
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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A economia mundial rumo à “profecia autorrealizável”

Semana de 08 a 14 de fevereiro de 2016

Rosângela Palhano Ramalho[i]

Conforme anunciamos semana passada, cresce a ameaça de uma nova crise mundial. A incapacidade dos bancos centrais de alavancar a economia mundial tem levantado questionamentos acerca da eficácia das políticas monetárias. O quantitative easing(flexibilização quantitativa) dos países desenvolvidos, entupiu, literalmente, o mundo de dinheiro. Os bancos americanos, por exemplo, têm US$ 2,27 trilhões em reservas que são remuneradas a taxa de 0,5%. Mas, Janet Yellen, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central americano, desejando que o dinheiro tome um destino diferente dos próprios cofres do Fed, admitiu a possibilidade de que o juro americano entre em território negativo ainda este ano. O Banco Central Europeu (BCE) já está praticando taxas negativas de 0,3%, assim como o Banco Central do Japão (BoJ), que desde janeiro, adotou uma taxa básica de -0,1%.
Mesmo assim, o dinheiro não flui e a busca do mercado financeiro é por segurança, mesmo que se tenha que pagar por isso. No mundo emergente, as empresas estão cada vez mais endividadas. O Fundo Monetário Internacional estimou uma fortuna de US$ 3,3 trilhões, tomados como empréstimo no período recente de alta liquidez.
Este é o retrato da situação econômica atual. Além da desaceleração da China e dos demais emergentes que também sofrem com o fim dos ganhos com as commodities, testemunhamos atualmente, a derrocada do preço do petróleo, o fracasso da Abenomics, política econômica do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, a perda de ritmo da economia americana que pode enfrentar uma nova recessão e o baixo crescimento do mundo europeu.
Como se não bastasse, um fato novo surge no caos. A volatilidade, característica da essência do sistema financeiro, está deixando os gestores econômicos do mundo de joelhos. As bolsas do mundo inteiro despencaram esta semana. Enquanto alguns defendiam que o motivo estava associado à queda dos preços do petróleo, um olhar mais apurado do índice Standard & Poor's 500 mostra que desde janeiro, a causa maior do tombo deste indicador foi a desvalorização dos papéis de empresas financeiras.
No dia 11 de fevereiro, as ações em Wall Street chegaram ao nível mais baixo desde 2013. Os “investidores” buscaram segurança nos títulos do Tesouro dos Estados fazendo cair significativamente sua remuneração. A instabilidade levou à queda das bolsas em todo o mundo.
Nos Estados Unidos o índice Dow Jones recuou 1,6% e o Ibovespa, índice brasileiro, caiu 2,62%. O índice europeu FTSEurofirst 300 caiu 3,68% liderado pelo setor bancário. Este setor, já perdeu, desde o início do ano, 28,6% de valor nas negociações. Na Europa, as maiores baixas são das ações do Société Générale que recuaram 12,57%, logo depois de o banco divulgar um aumento menor que o previsto do lucro líquido trimestral. Outros que perderam foram o grego Eurobank Ergasias S.A. e o italiano Unione di Banche Italiane SpA. Os gigantes Goldman Sachs e J.P. Morgan apresentaram queda de 4,5%, cada. E a grande vergonha está com o Deutsche Bank, que desde novembro de 2015 perdeu 44,5% do seu valor de mercado, em meio a comentários sobre insolvência. Só em 2016, os principais bancos americanos perderam mais de 30% de seu valor na bolsa.
Em meio às incertezas, os “investidores” buscaram um porto seguro. Os contratos futuros do ouro subiram 4,5%.
O grande temor é que este nervosismo se torne uma “profecia autorrealizável”. Incrédulo em relação à política dos bancos centrais incapaz de provocar a retomada do crescimento da economia real, o sistema financeiro provoca a queda do nível de crédito e dos preços dos ativos. Tais efeitos retornarão e contribuirão ainda mais para a desaceleração da economia, empurrando-a em direção a uma nova crise.
É o conhecido efeito bola de neve.

[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira. (www.progeb.blogspot.com.br) Contato: rospalhano@yahoo.com.br
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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

“Nós estamos em outro planeta”

Semana de 01 a 07 de janeiro de 2016

Nelson Rosas Ribeiro[i]

           
Como todos sabem, o país para durante o Carnaval. As notícias econômicas são poucas e as que são divulgadas representam mais do mesmo, ou seja, continuamos caminhando na direção do fundo do poço.
Só o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), maldosamente, talvez querendo esfriar a euforia dos foliões, divulgou algumas estatísticas do ano passado, apuradas pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM – PF), que apenas confirmaram o que já se sabia. Em 2015 a produção industrial recuou 8,3%, o pior resultado desde 2003. Segundo o órgão, isto é consequência da baixa confiança de empresários e consumidores, do desemprego, da queda na renda, do crédito caro e restrito e da inflação. O dado mais preocupante foi a desaceleração no setor produtor de bens de capital, que representa os investimentos. A queda foi de 25,5%. Como em 2014 o setor já havia encolhido 9,3%, a situação torna-se gravíssima, pois mostra que, em dois anos, a produção reduziu-se mais de um terço. Isto significa que há uma forte redução nos investimentos o que compromete qualquer recuperação para 2016. No ano de 2015, todos os setores pesquisados pelo IBGE diminuíram a produção com exceção das indústrias extrativas. Só no quarto trimestre de 2015, a produção industrial recuou 3,9%, em relação ao trimestre anterior.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que 2015 foi o pior ano para a indústria nos últimos 20 anos. O número de horas trabalhadas caiu 10,3% em relação ao ano anterior e a utilização da capacidade instalada foi de 77,5%. Na mesma comparação caíram também o indicador de emprego (6,1%), a massa salarial real (6,2%), e o faturamento (8,8%).
Isto não é uma opinião, são dados. É uma fotografia da realidade que, independe de qualquer desejo ou interpretação.
Este quadro tende a se agravar em 2016. Janeiro já foi um mês perdido. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) as linhas de montagem seguem em marcha reduzida e este foi o pior janeiro em 13 anos, o que já resultou em 379 demissões, além dos 6,3 mil trabalhadores que se encontram afastados em “layoff” e 35,6 mil que estão com as jornadas reduzidas. Isso significa que mais de 32% dos empregados no setor estão com alguma restrição de atividades.
Mas, não é só no campo econômico que a situação se deteriora. Para curtir a ressaca da insanidade carnavalesca temos também o agravamento da situação política com a retomada das atividades do Congresso e do Judiciário. A Lava-jato deve continuar e as investigações caminham agora na direção do ex-presidente Lula, o que provocará manifestações e protestos.
Enquanto a situação deve aquecer aqui dentro o panorama internacional também se agrava. Aquilo que vínhamos alertando nesta coluna, agora se apresenta mais claramente. A desaceleração da indústria nos EUA já provoca previsões de possibilidade de recessão. Vários economistas estimam em 20% a probabilidade para que isto ocorra. Há rumores que o Federal Reserve (Fed), banco central americano, pretende suspender o programa de elevação de juros, que vinha implementando, diante da situação mundial e da valorização do dólar frente às outras moedas: euro (21%), iene (15%), real (72%), rand sul africano (49%), rublo (117%), etc., o que dificulta as exportações da indústria. Enquanto isso a União Europeia rebaixou para 1,7%, as previsões do seu crescimento, diante da desaceleração dos três grandes: Alemanha, França e Itália. Copiando a decisão que havia sido adotada pelo Japão, o Banco Central Europeu (BCE), além de manter o seu relaxamento monetário (Q.E.), recomendou a redução das taxas de juros para o campo negativo o que já acontece na Suíça, Suécia e Dinamarca. Foi diante deste quadro que o nosso BC decidiu não aumentar a taxa de juros Selic, mantendo-a em 14,25%. Como disse o Arminio Fraga, “nós estamos em outro planeta”, mas continuamos a usar a mesma cartilha, que no planeta acima do Equador não está conseguindo nenhum resultado.
Cresce a ameaça de nova crise mundial.      

[i] Professor Emérito da UFPB e Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira; nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com).
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

O ‘Conselhão’

Semana de 25 a 31 de janeiro de 2016

Raphael Correia Lima Alves de Sena[i]

Após passar mais de ano sem que houvesse encontro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão, ele voltou à ativa em um momento delicadíssimo para o governo. O retorno das atividades no Planalto marca a tentativa da presidente Dilma Rousseff em encontrar meios e alternativas para atravessar as turbulentas crises econômica e política. Neste primeiro momento, a economia assumiu o protagonismo e a reunião que envolveu, de representantes da CUT e MST, até presidentes dos maiores bancos privados do Brasil, resultou numa espécie de pacote de estímulos.
Foi anunciado um pacote de R$ 83 bilhões em novas linhas de crédito que envolve o uso do FGTS e multa rescisória, em caso de demissão sem justa causa, como garantia dos empréstimos consignados concedidos aos trabalhadores, bem como diversas linhas de crédito para micro e pequenas empresas, setor exportador, setor de infraestrutura, entre outros. No entanto, de acordo com diversos analistas, o problema não se encontra na oferta de crédito, mas sim na demanda. Desta forma, o impacto desse novo pacote na economia seria bastante limitado, diante da insuficiência da demanda para utilizar os valores disponibilizados.
Enquanto o governo tenta encontrar uma saída para a crise econômica, os resultados de 2015 não param de quebrar recordes negativos. O déficit fiscal de R$ 114,985 bilhões foi o maior desde 1997 e representou um saldo negativo de 1,94% do PIB. A queda na receita do governo e o ‘rombo’ da previdência, são apontados como os principais culpados pelo resultado. É interessante a observação dos dados apresentados no website da Previdência Social (www.previdencia.gov.br), onde são encontrados os ‘resultados do regime geral de previdência social’. Nessa seção são apresentados os dados referentes à Previdência Urbana, Previdência Rural e a Previdência como um todo. Assim, se percebe claramente o vilão do rombo e seu principal motivo – a Previdência Rural (assistencialismo carimbado como Previdência).
No exterior a dobradinha China-petróleo vem causando dor de cabeça aos mercados de todo o mundo. A Opep e a Rússia tentam ajustar um acordo para que a cotação do barril de petróleo não atinja valores ainda mais baixos. A China continua mostrando fortes sinais de desaceleração e derruba a cotação das principais commodities, inclusive o próprio óleo. Na zona do euro, o Banco Central Europeu continua com suas medidas de estímulos monetários que, até agora, não deram o resultado esperado. O cenário japonês segue o mesmo enredo. Nos EUA, diante dos resultados destoantes apresentados pela economia interna e do agravamento, com mais força, da desaceleração mundial, o Fed (banco central americano) não se compromete com o prosseguimento do movimento de aperto monetário.
No cenário político, as atenções estão voltadas para as eleições dos líderes partidários. O destaque é para o PMDB, onde um embate envolvendo Leonardo Picciani (aliado do governo) e Hugo Mota, representante da ala capitaneada por Eduardo Cunha (presidente da Câmara), terá o desfecho nesse mês de fevereiro. O vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB-SP) parece que colocou as barbas de molho e deu uma amainada na sua campanha para se tornar presidente do país. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a ser investigado pelo crime de lavagem de dinheiro pelo Ministério Público estadual de São Paulo, no caso que envolve um tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Cada vez mais o cerco está se fechando em torno do ex-presidente e seus familiares.
Por fim, vale citar um trecho da coluna escrita no jornal Valor Econômico pelo ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento, Delfim Netto, que ao comentar a polêmica em torno da decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 14,25% discute o protagonismo exacerbado do capital financeiro:
“No Brasil, a prova disso é a taxa de retorno do sistema financeiro. Ela sugere ao idiota industrial, cujo capital está sendo destruído, que tente vender a sua empresa para um idiota ainda maior. E, se tiver sucesso, colocar o que sobrou num ‘fundo especulativo’ protegido pela inflação ou dolarizado. O sucesso, hoje, é virar ‘rentista’ e viver dos juros da dívida do governo...”

[i]Advogado e Pesquisador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira progeb@ccsa.ufpb.br); (www.progeb.blogspot.com).
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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Artigo publicado na Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política

Valor e gestão da produção: contribuições marxianas para a compreensão da busca pela eficiência produtiva.
Lucas Milanez de Lima Almeida, Nelson Rosas Ribeiro.
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Artigo publicado na revista, Observatorio de Economía Latinoamericana

Políticas públicas e LOA 2014: Comparando os gastos ligados à "gestão" da dívida pública federal com os das áreas sociais.
Lucas Milanez de Lima Almeida
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