Semana de 18 a 24 de agosto de 2025
Rosângela Palhano Ramalho[1]
Estimado leitor, nossas últimas análises
tiveram como foco a guerra tarifária que os Estados Unidos declararam ao
Brasil, seus interesses, desdobramentos e possíveis consequências sobre nossa
economia. O governo reagiu e lançou o Plano Brasil Soberano. As medidas
paliativas que o integram visam proteger o emprego dos trabalhadores nos setores
afetados pela elevação tributária
Enquanto Lula busca amenizar os problemas
internos gerados pelas tarifas trumpianas, a gang bolsonarista e seu líder,
alimentam, no Congresso Nacional e nas redes sociais, a ideia de que é possível
uma intervenção americana na justiça brasileira. Na dimensão quimérica que
habitam, o Judiciário do país cederia à chantagem tarifária dos Estados Unidos
e simplesmente sustaria todos os processos contra Jair Bolsonaro. A lorota
sustenta a ilusão de cegos seguidores, golpistas e falsos patriotas.
Felizmente, o líder da tentativa de golpe de Estado segue em prisão domiciliar
e fazendo uso de tornozeleira. Agora, terá que explicar a movimentação de R$
30,6 milhões
Estes assuntos dominaram as manchetes dos
noticiários desta semana. No âmbito da economia
Mesmo com as quedas simultâneas do
crescimento e dos preços, o discurso predominante dos economistas, dos
analistas oriundos do mercado financeiro e do Banco Central é o de que ainda
não é possível abandonar a política monetária restritiva. Todos os especialistas
ouvidos pelo jornal Valor Econômico concordam que a economia ainda não
arrefeceu o suficiente. E por quê? Economista do BNP Paribas concorda que “o
dado ainda revela perda de ritmo da atividade muito lenta, que não dá força à
tese de antecipação do afrouxamento monetário.” Já uma economista da FGV indica
que o problema está no mercado de trabalho
O que de fato incomoda os analistas
econômicos, já que a inflação que está sob controle e não apresenta sinais de
aceleração? A queda do desemprego! A taxa média geral de desemprego brasileira
caiu de 7% para 5,8% entre o primeiro e o segundo trimestre
Portanto, ao invés de reestruturar o
sistema de metas
[1] Professora do Departamento de Economia da UFPB e
pesquisadora do PROGEB (@progebufpb, www.progeb.blogspot.com; rospalhano@yahoo.com.br,
rosangelapalhano31@gmail.com). Colaboraram: Camylla Martins, Rubens Gabriel,
Victória Rodrigues, Nelson Rosas, Júlia Bomfim e Maria Júlia Alencar.