terça-feira, 27 de outubro de 2009

Seminário Permanente

Olá Caros Leitores,

além do Grupo de Análise de Conjuntura – GAC e do Grupo de Produção Informática – GPI, o Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira - PROGEB - é formado pelo Seminário Permanente – SP, o qual promove apresentações sobre os temas que são estudados pelos pesquisadores do PROGEB.

E é com satisfação que convidamos a todos para a apresentação do seminário:

“A crise e os países da América Latina"

Atenciosamente,

Seminário Permanente – SP, Grupo de Produção Informática – GPI partes integrantes do e Observatório Econômico, Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira - PROGEB.



Share:

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A retomada econômica terá sustentabilidade?

Semana de 21 a 27 de setembro 2009

A economia americana apresenta alguns indicadores que reforçam a ideia de que há sinais de recuperação naquele país. Segundo dados divulgados no dia 21 do presente mês, o índice do Conference Board, que prevê a situação econômica para os próximos três a seis meses, subiu 0,65 em agosto, depois da alta de 0,9% em julho. Aliados a isso estão, o crescimento da confiança do consumidor, da construção de imóveis residenciais e as altas dos preços das ações na bolsa, que, juntos, fortalecem a avaliação do Presidente do Fed (Banco Central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, de que a recessão terminou. O Fed dobrou o seu balanço para cerca de US$ 2 trilhões, através de injeção de dinheiro no mercado financeiro e, nesse momento, reduz as compras de dívidas e mantém estável a taxa de juro. Enquanto isso, a Rússia vem tentando reduzir seu déficit orçamentário, conter a inflação e privatizar alguns dos setores importantes da sua economia. As privatizações incidem sobre atividades tais como portos, aeroportos, empresas de transporte marítimo e da petroleira Rosneft. O objetivo, segundo Igor Shuvalov, é o de aumentar a receita estatal no segundo semestre desse ano. A China tenta controlar a enorme expansão do crédito, principal responsável pela recuperação econômica que aquela economia vem apresentando. A produção de aço, por exemplo, apesar da quebra da produção mundial, aumentou 22%, em agosto, se comparado com o ano anterior. Agora se fala que a China pode salvar os relógios da Suíça, que tem a economia encolhendo desde o terceiro trimestre de 2008. Segundo dados compilados pela bloomberg, as exportações de relógios de pulso e bolso da Suíça para a China foram de 1,19 bilhão de francos suíços (US$ 1,15 bilhão) em julho, cerca de 7,3% do total de exportações do país. Espera-se que, até 2012, a China seja o maior consumidor mundial de bens de luxo. O BDA – Banco de Desenvolvimento da Ásia – espera a recuperação da China ainda em 2010 e mudou as suas estimativas para o crescimento do país, de 7%, para 8,2%, em 2009, e de 8%, a 8,9% em 2010. Na economia monetária mundial, durante o desenrolar da crise, o euro tem mostrado sua força, pois se fortaleceu cerca de 20% face ao dólar, embora a zona do euro não se encontre fora de perigo.
A reunião do G20, em Pittsburgh, com um plano chamado “Bases para o Crescimento Equilibrado e Sustentado”, vem sendo acompanhada de perto pelos investidores, temerosos de que a reestruturação da economia possa corroer o papel dominante do dólar nas finanças e no comércio internacional. O plano, ao que tudo indica, avaliza essencialmente a ideia de um dólar mais fraco.
Os maiores nomes emergentes do G-20, o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), preocupados com o alto endividamento americano, já declararam que o mundo deveria, no futuro, abandonar o dólar como reserva monetária.
Na América Latina perdura uma situação de crise. Entre 2003 e 2008, acredita-se que 60 milhões de pessoas, nessa região, saíram da pobreza, mas, de acordo com projeções do Banco Mundial, a crise econômica reconduzirá 8 milhões delas de volta à situação anterior, onde sobreviverão com parcos US$ 4,00 por dia.
No Brasil, o Banco Central faz uma projeção pior para o déficit externo, mas os dados apontam para um melhor lugar a ser ocupado pela indústria no mercado internacional, enquanto cresce a concentração bancária, colocando, nas mãos de 10 bancos, 89% dos ativos financeiros do país. O destaque vai aqui para o Banco Santander Brasil, que ganha fôlego de R$ 80 bilhões, vindo os capitais novos basicamente da venda de ações. O Banco do Brasil pretende seguir caminho semelhante, tendo o governo já autorizado o aumento da fatia de capital do banco que fica nas mãos de investidores estrangeiros, de 12%, para 20% do total das suas ações. Hoje, 21,71% das ações do BB estão nas mãos do mercado, 11,1%, nas mãos de estrangeiros e 65%, nas mãos da União. A PREVI – fundo de pensões dos funcionários – tem 10,2% e o BNDES, 2,5%.
Para continuar na tentativa de reequilibrar a economia, o governo libera mais gastos e reduz o superávit primário, que pode ficar em até 1,56% do PIB e não mais nos 2,5% previstos anteriormente. É propósito do governo aplicar R$ 28,5 bilhões em investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.
Na economia real, os destaques vão para o crescimento do setor produtor de bens de capital, onde aprodução de máquinas, depois do recuo de 10% apresentado em julho, apura um resultado 18% superior ao mês anterior. No setor siderúrgico, destaca-se a polêmica com Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que apresentou a ideia da criação de uma grande usina global brasileira, ideia que não é nova e que não goza de grande simpatia entre os empresários do ramo. Quanto ao consumo de energia, em agosto, o aumento foi de 3,08%, e o setor de bens de consumo sai mais cedo da crise e acelera a expansão. Pela primeira vez, desde março, o mercado já descarta a hipótese de PIB negativo em 2009. O desemprego vai se mantendo estável, com taxa de desocupação de 8,1%; destaca-se a queda de postos de trabalho no setor rural.
Um estudo da FGV afirma que o potencial de geração de renda familiar cresceu mais do que o consumo entre 2003 e 2008. Enquanto o potencial do produtor cresceu 28,32%, o do consumo cresceu apenas 14,98%. Em outro estudo, mostra-se que a renda do trabalho explica dois terços da queda da desigualdade no Brasil entre 2001 e 2008. A bolsa família responde por 17%, as rendas da previdência, por 15,72% e as transferências privadas, por 0,5%. Nesse período estudado, os 10% mais pobres da população brasileira tiveram aumento de renda de 72,45%, enquanto para os 10% mais ricos, esse  rescimento foi de 11,37%. Os beneficiários da bolsa família são basicamente da classe E, e os reajustes de salário mínimo beneficiam principalmente a classe D.
Nesse meio tempo, o Governo libera mais gastos e reduz ainda mais o superávit primário. Apresentou também uma proposta de criação de uma taxa específica de imposto de renda de 22,5%, a incidir sobre as poupanças maiores do que R$ 50 mil.
Segundo Marcio Holand, economista da Fundação Getúlio Vargas – FGV, as exportações mundiais totais vão cair, entre o ano passado e este ano, em 11,5%, sendo que o Brasil apresenta perigosa piora na sua pauta exportadora, pois vende-se cada vez mais commodities, e os manufaturados estão ficando em segundo plano. Nesse quadro, quase 85% do que se exporta para China, atualmente principal parceiro do Brasil, são bens primários.
Mesmo com esse cenário um tanto sombrio, Henrique Meirelles, ainda Presidente do Banco Central, declara que o país sai depressa da crise.
As regiões que reagem melhor são Norte e Nordeste. Sendo as regiões mais carentes, as ajudas recebidas, através de bolsa família, e o aumento do salário mínimo nacional provocam um melhor estímulo e incentivo ao consumo. Além disso, muitas empresas varejistas têm procurado localização nessas regiões para fugirem ao custo mais elevado da mão de obra das regiões mais desenvolvidas, como a dos estados do sudeste.
Diante desse quadro, a pergunta legítima que se põe é se a economia sai de forma sustentada, ou se sai e volta a entrar. Mais uma vez vem a baila a polêmica entre o V, o U e o W, como “modelito”, em discussão, para a crise econômica.


Texto escrito por:
Elivan Rosas Ribeiro: Professora do Departamento de Economia da UFPB e Pesquisadora do PROGEB – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira
Email: progeb@ccsa.ufpb.br



Share:

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O capital em movimento: ciclos, rotação, reprodução

É com prazer que divulgamos aos leitores deste blog o livro do professor Nelson Rosas Ribeiro, denominado "O capital em movimento: ciclos, rotação, reprodução". A seguir disponibilizamos uma breve resenha sobre o conteúdo do livro:

O livro II da obra de Marx "O capital", que tem como título geral "O processo de circulação do capital", continua a representar uma das maiores dificuldades aos estudiosos do pensamento deste autor. 
As razões para esta dificuldade paracem originar-se do fato de que Marx não teve o tempo necessário para prepará-lo convenientemente para a publicação. Engels, ao que tudo indica, não teve condições ou não quis fazer maiores alterações nos manuscritos, publicando-os como estavam.
Há duas outras razões que merecem referência: 1 - A abordagem feita desloca o foco para os capitais individuais que se movem nas organizações econômicas, nas empresas, abordagem que não é muito do agrado dos economistas marxistas. 2 -  Os dados e exemplos apresentados estão desatualizados e reportam uma realidade passada.
Os estudiosos da teoria econômica marxista geralmente, após o trabalho com o Livro l, passam diretamente ao Livro III, fazendo, quando muito, alguma referência aos esquemas de reprodução, que permitem um estudo macroeconômico. Este salto certamente cria grandes dificuldades para a correta compreensão da teoria de Marx.
O presente livro pretende expor, de forma mais clara e atual, os preciosos elementos da teoria marxiana contidos no Livro II, qie são imprescindíveis à análise do processo e acumulação do captal na sociedade moderna, procurando contribuir para a sua melhor compreensão. 




Aos interessados na aquisição do livro segue o email do PROGEB:

progeb@ccsa.ufpb.br
 


Share:

Roda de diálogo - Observatório Econômico

Olá Caros Leitores,

entre os dias 19 a 23 de outubro, será realizada a IV semana pela democratização da comunicação, cujo tema é "Democratizando a comunicação: a sociedade no controle". No dia 20 de outubro, dentro da programação da IV semana pela democratização da comunicação, o PROGEB participará de um espaço autogestionado, com o tema "A crise econômica e a mídia". Este espaço autogestionado ocorrerá às 09:00, na sala 402 do CCHLA. Convidamos os leitores a participarem deste evento e da roda de diálogo. 





Share:

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Obervatório Econômico

O projeto “Observatório Econômico: Explicando a Economia” pretende disponibilizar de forma acessível os resultados da investigação crítica dos fenômenos da economia brasileira para a comunidade acadêmica, para as entidades de classe interessadas, as organizações sociais e a população de modo geral. Com isso, pretende-se criar um canal ativo de comunicação entre professores e alunos, em nível acadêmico, e entre a universidade e a sociedade, visando construir uma interpretação crítica da economia brasileira capaz de fornecer elementos para a ação social.

Contato para realização de palestras: progeb@ccsa.ufpb.br


Share:

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A economia de muletas

Semana de 14 a 20 de setembro de 2009

Acaba de completar um ano o estouro do banco americano Lehman Brothers, que serviu como marco para a admissão da gravidade da crise, deflagrada nos EUA. Juntamente com ele, entraram, em ruptura, várias outras grandes instituições financeiras que antecederam a generalização do fenômeno a toda a economia. Passado o susto, agora aumenta o número de especialistas e representantes de governos que afirmam que a recuperação mundial será lenta. Também aumentam os partidários da idéia de que a atual crise terá uma trajetória similar a letra “W”, como temos afirmado em nossas últimas análises. Isto quer dizer que se generalizam os temores de que a lenta recuperação possa descambar em uma nova crise complementar.
O chamado “clube do W”, “W” de worry (preocupação, em inglês), é formado por economistas renomados como Ben Bernanke, presidente do Fed, William White, ex-chefe do Banco de Compensações Internacionais (BIS), e Nouriel Roubini, famoso por ter sido o primeiro a prever o advento da crise.
Para Roubini, por exemplo, existe um alerta para a possibilidade de uma nova queda na atividade econômica depois de uma recuperação. Mais enfático foi William White, o qual afirmou, em uma conferência em Hong Kong, que “o mundo ainda não resolveu os problemas subjacentes à crise”, e que os atuais sinais de recuperação não são sustentáveis. Já o presidente do banco central norte-americano, Ben Bernanke, espera uma recuperação moderada em 2010, com crescimento não muito rápido. A cautela estava presente em seu discurso apesar das animadas notícias sobre o aumento de 2,7%, em agosto, do consumo nos Estados Unidos, o maior em três anos, e da redução do número de desempregados. Contudo, o crescimento das vendas no varejo é resultado da ação dos programas do governo que subsidiaram a troca de veículos, das isenções fiscais para a compra de imóveis residenciais (que vão até novembro próximo) e da sazonalidade, já que agosto é o mês de volta às aulas.
Como se pode verificar, as ações governamentais, via pacotes de estímulo ao consumo e ajuda financeira, têm sido uma espécie de muleta, para ajudar as economias a se locomoverem.
Dados da Financial Economics Crisis mostraram que o tamanho do pacote fiscal, em relação ao PIB, chegou a 13% na China, 5,6% nos Estados Unidos e 4,7% no México. A conseqüência direta tem sido o aumento do endividamento dos governos. O governo federal estadunidense, por exemplo, vem aumentando suas dívidas a um ritmo anual de 28%. Já no Reino Unido, o déficit orçamentário deve dobrar neste ano, devendo atingir 12% do PIB.
Quem anda a desafinar o coro dos preocupados é o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que, além de negar o formato em “W” da crise no Brasil e defender o formato em “V”, comemora o crescimento de 1,9% do PIB do país no segundo trimestre do ano. Não refere, ele, que este crescimento foi fortemente favorecido pelo aumento do consumo das famílias e do governo, graças às medidas de política econômica adotadas, como, por exemplo, a desoneração de tributos, (IPI sobre carros e outros utensílios domésticos) o aumento do crédito, a redução das taxas de juros, etc.



PIB e setores (com ajuste sazonal) - Taxa (%) do trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior (*)
* Para melhor visualização do gráfico clique sobre a imagem.


 
Componentes da demanda (com ajuste sazonal) - Taxa (%) do trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior (*)
* Para melhor visualização do gráfico clique sobre a imagem.
 

Na mesma linha de pensamento está o presidente Lula, que, animado com o fim da recessão técnica no Brasil (resultado positivo do PIB após dois trimestres consecutivos de crescimento negativo), conclamou os empresários a retomarem os planos de investimentos que estavam engavetados. O presidente também não perdeu a chance de acrescentar mais uma expressão ao seu famoso repertório de frases de efeito ao dizer: “Agora não é mais o momento de dar antibióticos (para o país), é hora de dar vitaminas”.
Análises positivas a parte, a grande preocupação é quanto ao surgimento ou aumento de novos investimentos. Os resultados do PIB, do segundo trimestre, livre de influencias sazonais, mostram que a indústria cresceu 2,1%, mas os investimentos ficaram estagnados. Em comparação com os resultados obtidos no mesmo período em 2008, a indústria caiu 7,9%, e o investimento, 17%. Um dos indicadores que mostram a retração da oferta é a elevada capacidade ociosa da indústria, que se encontra atualmente abaixo da média histórica.



Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI)(*)
* Para melhor visualização do gráfico clique sobre a imagem.
 

Outra preocupação no ar é quanto à trajetória decrescente da arrecadação tributária federal, a qual registrou queda pelo décimo mês consecutivo. Nos oito primeiros meses de 2009, o total arrecadado sofreu uma redução de 7,9%. Os principais motivos para a diminuição nas receitas foram as desonerações fiscais, responsáveis pelo impacto negativo de R$ 17,3 bilhões nos cofres públicos, a queda do valor das importações e a retração da produção industrial. No que tange às importações e à produção industrial, tais indicadores diminuíram 31% e 12%, respectivamente, de janeiro a agosto deste ano.
Além disso, a redução no lucro das empresas abertas colaborou diretamente para a menor arrecadação do Imposto de Renda e da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL). Só no primeiro trimestre, houve recuo de 29,5% nos lucros das 149 empresas de capital aberto que divulgaram balanço.
A respeito da trajetória da arrecadação, no próximo semestre, o coordenador de Estudos, Previsão eAnálise da Receita, Raimundo Eloi de Carvalho, avalia que não se sabe qual será a situação no final do ano.
Já com relação à formação de empregos, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados eDesempregados (Caged), dos 437,9 mil postos criados no país no primeiro semestre, dois terços foramoriginados na área de serviços, que costuma ter empregos com remuneração mais baixa. No entanto, a indústria mostrou uma queda de 122,5 mil vagas de janeiro a julho de 2009.
Como se pode ver, a situação continua a não ser confortável.


Texto escrito por:
 Maria Carolina Costa Madeira: Jornalista, mestre em Economia da UFPB e pesquisadora do PROGEB – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira.
Email: progeb@ccsa.ufpb.br

Arquivo para download em formato pdf.
Share:

Novidades

Recent Posts Widget

Postagens mais visitadas

Arquivo do blog