quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Artigos apresentados em encontros nacionais de Economia Política.

É com grande satisfação que deixamos disponível para os usuários do blog os artigos apresentados pelos pesquisadores do PROGEB nos encontros nacionais de economia política, organizado pela Sociedade Brasileira de Economia Política.  


A “Microeconomia Política” do Sistema Toyota de Produção -
Lucas Milanez de Lima Almeida; Nelson Rosas Ribeiro.
XVII Encontro Nacional de Economia Política. Leia aqui.
  
  
O Materialismo Dialético Aplicado à Transição entre Capitalismo e Comunismo: um resgate
da teoria dos modos de produção -

Antonio Carneiro de Almeida Junior.
XVII Encontro Nacional de Economia Política.Leia aqui.



Valor, valor de troca e mercado: o falso problema da transformação -
Lucas Milanez de Lima Almeida; Nelson Rosas Ribeiro.
XVI Encontro Nacional de Economia Política. Leia aqui.


A rotação do capital: uma contra-tendência à queda da taxa de lucro -
Antonio Carneiro de Almeida Junior; Nelson Rosas Ribeiro
XV Encontro Nacional de Economia Política. Leia aqui.


A Crise no Brasil: o início de um novo ciclo -
Antonio Carneiro de Almeida Júnior; Nelson Rosas Ribeiro.
XIV Encontro Nacional de Economia Política. Leia aqui.


A relevância do Setor Serviços: uma crítica marxiana às Contas Nacionais -
Águida Cristina Santos Almeida; Nelson Rosas Ribeiro 
XII Encontro Nacional de Economia Política. Leia aqui.


A concepção marxiana de trabalho produtivo: uma crítica as Contas Nacionais -
Nelson Rosas Ribeiro; Águida Cristina Santos de Almeida 
XI Encontro Nacional de Economia Política. Leia aqui.


Artigo apresentado no Colóquio Nacional Marx e o Marxismo 2011: teoria e prática.
A crise em “W” e o Double Dip -
Lucas Milanez de Lima Almeida. Leia aqui.
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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mantega volta a prometer o impossível

Semana de 18 a 24 de agosto de 2014

Rosângela Palhano Ramalho[i]

            Desde o ano passado que os termos “confiança”, “credibilidade”, “expectativa”, “humor”, “pessimismo”, vêm sendo utilizados para dar significado ao lento e baixo crescimento brasileiro. Estes termos, ligados aos aspectos psicológicos das decisões individuais, parecem desconectados dos aspectos materiais que norteiam estas decisões. Se déssemos credibilidade a estas alegações, poderíamos tirar a seguinte conclusão: se o “humor” dos agentes econômicos melhorar, toda a atividade econômica se recuperará.
            Mas o fato é que a “confiança”, a “credibilidade”, a “expectativa”, o “humor”, o “pessimismo” dos agentes não derivam deles mesmos. Ou seja, não escolhemos se hoje estamos mais ou menos confiantes, mais ou menos crédulos, mais ou menos humorados ou mais ou menos pessimistas. As decisões econômicas são tomadas a partir da observação, previsão e concretização de uma realidade material.
Por esta razão, caro leitor, ainda não trazemos boas notícias.
Há uma grande expectativa quanto à divulgação das estatísticas referentes ao segundo trimestre, a serem publicadas nos próximos dias pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas, os resultados das sondagens realizadas no período e das prévias mensais, sobre os números do Produto Interno Bruto (PIB) e da indústria, não são animadores. O IBC-Br, por exemplo, índice mensal de atividade econômica do Banco Central apurou queda de 1,5% em junho, comparado a maio. Se este número se confirmar, o PIB encerrará o segundo trimestre do ano em queda de 1,2%, comparado ao primeiro trimestre.
A recessão técnica (dois trimestres seguidos de queda) estaria mais próxima com a atualização dos dados do primeiro trimestre que só cresceu 0,2%. Surgiram também sondagens menos pessimistas como a da Mauá Sekular, que espera uma queda do PIB de 0,8% no segundo trimestre e a da equipe econômica do Itaú que prevê uma queda do PIB de 0,4%.
A produção de automóveis (setor que apresenta os números mais críticos) recuou, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 11,6% no segundo trimestre. O indicador de confiança da indústria da Fundação Getúlio Vargas (FGV) caiu 5,9%, também no segundo trimestre do ano.
            As dificuldades enfrentadas pela indústria estão se refletindo sobre o setor varejista. Segundo levantamento feito pelo jornal Valor Econômico, com base nos balanços de 17 varejistas e grupos de shopping centers, dez cortaram investimentos. Houve uma queda de 20,1% no investimento semestral quando comparado ao semestre anterior. E a Pesquisa Mensal do Comércio ampliada do IBGE, que inclui veículos e materiais de construção, recuou 3,1% no segundo trimestre.
O saldo final da redução da produção e das vendas será, provavelmente, de um semestre estagnado e, mesmo que ocorra uma melhora no segundo semestre, esta não será suficiente para recuperar o estrago ocorrido no primeiro.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, tratou de adiantar que o ano está perdido para a indústria brasileira. Ele afirma não lembrar “... ter passado um período tão difícil como o deste ano e do ano passado.” Segundo a CNI, o crescimento anual do setor industrial não ultrapassará 0,8%.
            A realidade econômica atual é cruel. O ano para a economia está perdido de novo. Mas, novamente alheio à realidade, o nosso ministro da Fazenda, Guido Mantega, continua a achar que os seus discursos restaurarão a “confiança”, a “credibilidade”, a “expectativa”, o “humor” e debelará o “pessimismo” dos agentes econômicos, em especial dos empresários. Lembre caro leitor, que em maio deste ano, ele tinha, não prometido, mas garantido um ciclo de expansão econômica. Agora, o ministro foi além, declarando que não há uma crise na economia e que já há, no segundo semestre, sinais de retomada do crescimento. Segundo ele “a indústria levou um tombo em junho e em julho já voltou. Agora (com as medidas recentes) vai ter mais crédito, as vendas vão aumentar (...). O que vejo é uma economia saudável, estruturalmente sólida e que se defronta com problemas conjunturais”.
            Será que estamos falando do mesmo Brasil?



[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira. (www.progeb.blogspot.com)
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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Entrevista do professor Nelson Rosas Ribeiro, coordenador do PROGEB, ao JPB.

No Programa de 16/08/2014 do JPB, na TV Cabo Branco, o Prof. Dr. Nelson Rosas comentou sobre a economia que os consumidores realizam, com os aplicativos de smartphone . Confira a matéria.
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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Terremoto abala os comitês de campanha

Semana de 11 a 17 de agosto de 2014

Nelson Rosas Ribeiro[i]

A morte de Eduardo Campos não foi apenas uma tragédia terrível do ponto de vista familiar, mas representou um terremoto nos comitês das campanhas para presidente. O assunto ocupou todas as manchetes dos órgãos de comunicação a partir da quarta-feira da semana passada.
Não há como não prestarmos toda a nossa solidariedade aos familiares das vítimas, independentemente da opinião que possamos ter sobre a posição política que representavam. Foi uma grande perda para o país.
As consequências não são apenas ao nível dos sentimentos humanos, pessoais e familiares, mas ao nível político e econômico. As pesquisas de opinião já mostram um novo panorama na distribuição das intenções de voto. A possível candidata Marina saltou para a segunda colocação e, em um segundo turno, ganharia da Dilma. Vamos deixar a poeira baixar e ver se esta tendência se confirmará.
Na economia, a inquietação também se manifesta. O “mercado” especula nervoso e comentaristas transformam esta inquietação em pontos na bolsa de valores. Com Dilma ganhando, a bolsa cai para 40 mil pontos. A vitória de Aécio elevaria a bolsa para 70 mil pontos e com Marina, o resultado seria a manutenção do nível atual de 50 a 55 mil pontos. Como os leitores sabem, o famigerado “mercado” é o eufemismo usado para disfarçar o que há de mais podre no nosso sistema, ou seja, os fundos abutres, os especuladores, os parasitas que vivem de sugar as riquezas do país através de atividades financeiras que não criam nenhuma riqueza.
Esta avaliação do “mercado” é um bom indicador para a recomendação de voto. Se não temos ainda certeza de quem merece o nosso voto, por oposição, poderemos ter a certeza de quem não o merece.
O que agrava a situação da candidata Dilma é o desgaste do poder. A situação do país continua a deteriorar-se com a queda da produção industrial, do Produto Interno Bruto (PIB) e das vendas. O Banco Central (BC) publicou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) que mostrou uma queda da atividade econômica, de 1,2% no segundo trimestre, em relação ao primeiro. Entre maio e junho a queda foi de 1,48%. O Boletim Focus, também do BC, mostrou uma nova correção para baixo, dos prognósticos de crescimento do PIB, em 2014. As previsões foram corrigidas de 1,63% para 0,81%, diante de uma produção industrial em retração, a cadeia automotiva em queda e o comércio em desaceleração. Com efeito, a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, para junho, mostrou uma queda de 3,06%, no segundo trimestre, em relação ao primeiro. É o pior trimestre desde 2008, ano de impacto da crise que abalou a economia mundial.
Outros indicadores setoriais apontam na mesma direção. O Instituto Aço Brasil (Iabr) que representa a indústria siderúrgica, denunciou a ociosidade do setor acima da média e estimou em 2,5% a queda na produção de aço bruto e em 4,1% a queda no consumo no país, em relação a 2013. Benjamim Steinbruch, presidente interino da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) denunciou a situação “inédita de risco de recessão econômica” no Brasil. Ele estimou em 25% a 30% o recuo dos negócios na indústria e a iminência do desemprego. Em São Paulo, a Pesquisa do Nível de Emprego na Indústria paulista, divulgada pela Fiesp registrou uma queda no emprego de 0,7%, em julho, em relação a junho, o que representa 15,5 mil postos de trabalho a menos. O diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp afirmou que, até o final do ano “O panorama de emprego ainda vai se acentuar para pior”.
E não se pode esperar nenhum impulso externo. A economia mundial continua em dificuldades amargando a decepção das vendas no varejo nos EUA, a queda de 0,3% na produção industrial na zona do euro, em junho, o crescimento zero do PIB desta zona, no segundo trimestre em relação ao primeiro, a queda de 0,2% da economia da Alemanha, também no segundo trimestre, a entrada na terceira recessão da Itália e a estagnação da França.
Há outras ameaças de terremotos para a candidatura Dilma!



[i] Professor Emérito da UFPB e Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira progeb@ccsa.ufpb.br); (www.progeb.blogspot.com).
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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Economia devagar por aqui e por lá

Semana de 04 a 10 de agosto de 2014


Raphael Correia Lima Alves de Sena[i]

Faltando menos de dois meses para as próximas eleições, os candidatos à Presidência da República seguem buscando apoio dos mais diversos setores da sociedade. Nessa semana, a batalha política foi encapada na Confederação Nacional da Agricultura (CNA), onde os candidatos Aécio Neves (PSDB), Eduardo Campos (PSB) e, a atual presidente, Dilma Rousseff (PT) apresentaram suas propostas aos ruralistas. Neste embate, na opinião de participantes do evento, o senador tucano sagrou-se vencedor.
Enquanto a disputa pela futura administração do país segue seu curso, a realidade econômica vem apresentando uma série de dificuldades. O resultado da produção industrial (Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física), referente ao mês de junho, e divulgado pelo IBGE na semana passada, apontou recuo de 1,4% ante maio deste ano, feitos os ajustes sazonais. É o quarto mês seguido de queda desse indicador. A indústria de veículos continua a apresentar maus resultados. Apesar da redução do estoque, as montadoras ainda não atingiram o patamar considerado ideal, ocasionando a necessidade de adequação da produção. Nesse cenário, as empresas como Ford, Mercedes-Benz, Volkswagen, MAN e General Motors já recorrem, ou indicam que irão recorrer, ao conhecido “layoff”, regime que afasta os operários da produção por um prazo de até cinco meses, período em que parte dos seus salários é custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A Whirlpool, proprietária das marcas Consul, Brastemp e Kitchen Aid, que já havia concedido férias coletivas em junho, a uma parte de seus trabalhadores, estuda a possibilidade de decretá-las novamente. A Electrolux também concedeu férias coletivas no mesmo período.
No entanto, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de julho trouxe um alento ao governo. A inflação oficial foi de 0,01% no mês e no acumulado de 12 meses ela retornou ao teto da meta de 6,5%. As reduções dos preços das passagens aéreas e hotéis, que vinham aquecidos por conta da Copa do Mundo, tiveram significativa importância na desaceleração da inflação oficial.
Já na União Europeia a situação também não anda nada animadora. A Itália já se apresenta em um quadro de recessão, enquanto que as encomendas na Alemanha registram redução de 3,2%. Vale salientar que os germânicos, maior parceiro comercial da Rússia na Europa, vêm sendo bastante prejudicados com a crescente tensão política em torno da Ucrânia. Aproveitando-se da situação, o governo brasileiro já buscou uma aproximação comercial visando exportar alguns produtos alimentares para os russos.
A economia mundial ainda anda cambaleante, não apresentando uma efetiva recuperação da crise de 2008. Ao analisar os dados europeus da última semana, o economista-chefe do Commerzbank em Frankfurt, Jörg Krämer, teceu o seguinte comentário: “Os dados de hoje [semana passada] são um motivo sério de preocupação e confirmam que, no melhor dos casos, a recuperação na zona do euro ainda é lenta”. A União Europeia ainda espera que o pacote de medidas de estímulo anunciado pelo Banco Central Europeu (BCE), há dois meses, surta efeito e coloque a economia do velho continente de volta nos eixos.
Por fim, vale registrar a inusitada notícia publicada pelo jornal Financial Times que indica uma queda de novas adesões ao Partido Comunista da China (PC). O que a primeira vista aparenta ser uma notícia comum, torna-se curiosa quando se busca descobrir o motivo dessa redução. Há vinte meses o presidente da China, Xi Jinping, iniciou um enfrentamento à corrupção em seu país e este é o motivo da diminuição no número de novos ingressantes no PC, pois essa cruzada reduziu a “atratividade” de se trabalhar para o Estado. Nas palavras do professor de política da Universidade de Renmin de Pequim, Zhang Ming, “sejamos francos, muitos jovens querem esses empregos no governo porque eles assim conseguem uma oportunidade de ganhar dinheiro com a corrupção”, situação que seria cômica se não fosse verdade.
Imagina se essa moda pega no Brasil?



[i] Advogado e Pesquisador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira progeb@ccsa.ufpb.br); (www.progeb.blogspot.com).
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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Crise e estagflação

Semana de 28 de julho a 03 de agosto de 2014

Nelson Rosas Ribeiro[i]

Há dois fatos que estão na boca de todos os economistas, jornalistas e analistas políticos: a crise em marcha na economia, com queda na produção e no Produto Interno Bruto (PIB), e a resistência da inflação, que teima em ultrapassar o teto da meta (6.5%).
A existência desses dois fenômenos nos leva a afirmar que está sendo criado um quadro característico da estagflação (stagflation), que significa estagnação com inflação. Cada vez mais este fenômeno começa a preocupar a todos como mostrou uma pesquisa feita pelo jornal Valor Econômico, com 16 economistas de bancos, instituições financeiras e consultorias. Com algumas divergências, todos confirmaram o perigo do fenômeno. E os fatos confirmam os temores.
A produção industrial continua a desacelerar estendendo-se do setor automotivo para os outros setores e até à construção civil. O pior é que está atingindo fortemente o setor de máquinas e equipamentos, setor vital para qualquer movimento de recuperação. O recém-eleito presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, falando em nome das 6.500 empresas que representa, lamentou a queda de dois dígitos no faturamento do setor, nos seis primeiros meses do ano, na continuidade de dois anos anteriores de retração. Ele chamou o fenômeno de “desindustrialização silenciosa” e estimou em 11% a queda no faturamento, no final do ano. Para as vendas no mercado interno, ele avaliou uma queda de 33%. A situação é mais grave, pois as importações de máquinas também caíram, no primeiro semestre, em 11 das 15 subcategorias mapeadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). As quedas foram de 15,2% nas máquinas e equipamentos de uso industrial, de 6,6% nas de uso geral, de 48,1% nas máquinas rodoviárias e 13,3% nos tratores.
A conclusão é obvia. Segundo Julio Gomes de Almeida, professor do Instituto de Economia da Unicamp, “é o colapso do investimento no Brasil”. Para Mario Humberto Marques, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para a Construção e Mineração (Sobratema), “Não se investe porque não se tem onde utilizar esse bem produtivo e o empresário tem um parque lotado de equipamentos parados”.
Não é por acaso que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) divulgado pela FGV apontou sete meses consecutivos de queda até julho. Segundo Aloísio Campelo, superintendente adjunto de ciclos econômicos da FGV, a confiança do empresariado continua em patamares “extremamente baixos”.
A desaceleração da economia está criando um grave problema para as contas públicas. A economia feita no primeiro semestre para cumprir a meta de R$ 80,774 bilhões para o superávit primário (1,9% do PIB), só atingiu R$ 17,237 bilhões, ou seja, 21,34% do total prometido. É o pior primeiro semestre desde 2.000.
Por outro lado, a dívida pública continua a crescer. A dívida líquida subiu de 33,6% do PIB para 34,9% e a dívida bruta também subiu de 56,7% do PIB para 58,5%, no intervalo de dezembro de 2013 para junho de 2014. Não entram nesta conta as dívidas camufladas do tesouro com entidades como o BNDES e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo. O tesouro paga a diferença dos juros subsidiados que o BNDES pratica nos programas como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), Programa para o Fortalecimento da Agricultura (Pronaf) e Programa de Revitalização de Empresas (Revitaliza). Estima-se que o endividamento do tesouro com o BNDES atinja R$ 25 bilhões. Com o FGTS, em 2013, a dívida girava em torno de R$ 9 bilhões recursos utilizados para o Minha Casa Minha Vida. Com empresas desacelerando, economia em crise e governo endividado, o riso só ilumina os rostos dos banqueiros que continuam nadando em gordos lucros. Os quatro maiores bancos registraram, no segundo trimestre, um aumento de 11,9% em comparação com o mesmo período de 2013. Para o Bradesco calcula-se um lucro de R$ 3,561 bilhões, com um aumento de 19,6% na comparação anual, e para o Itaú, um lucro de R$ 4,607 bilhões, 27,2% maior na comparação anual.
Considerando-se a difícil situação da economia mundial, a da feroz perseguição das entidades reguladoras contra os bancos dos países desenvolvidos, com a aplicação de multas de bilhões de dólares pelos trambiques e falcatruas que andaram e andam cometendo, felizes são os banqueiros brasileiros ajudados pelas altas taxas de juros determinadas pelo nosso Banco Central.
O mesmo não diria em relação ao governo da presidente Dilma vivendo entre a cruz da inflação e a espada da estagnação.



[i] Professor Emérito da UFPB e Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira progeb@ccsa.ufpb.br); (www.progeb.blogspot.com).
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