Semana de 01 a 07 de abril de 2024
Lucas Milanez de Lima
Almeida [i]
Como
sabem nossos leitores mais assíduos, as economias capitalistas se desenvolvem
alternando entre momentos de maior e menor crescimento. A esse movimento
periódico e regular chamamos de ciclo econômico, cujas fases são quatro: crise,
depressão, reanimação e auge.
Os
nomes já sugerem o que ocorre em cada fase. A crise é o momento em que a economia como um todo desacelera,
interrompendo-se um forte crescimento generalizado. Em seguida, na depressão, a
economia fica quase estagnada e o crescimento atinge os níveis mais baixos
(podendo até decrescer). Em seguida, a economia decola, o desemprego se reduz,
as compras aumentam, o crédito retoma sua força, o consumo se eleva, etc. Essa
é a fase de reanimação do ciclo. Por fim, vem a fase de auge, onde a euforia
geral leva o crescimento ao seu nível máximo, preparando o terreno para outra
crise.
Em
sintonia com o texto da semana passada, a análise de hoje vai argumentar que a
economia brasileira está em reanimação. Contudo, há um fator limitante a essa
recuperação e que vai reduzir o auge que o país poderia alcançar: a
desindustrialização.
A
primeira boa notícia vem do mercado de força de trabalho. Semana passada já
vimos que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados registrou, em
fevereiro de 2024, um saldo positivo de 306 mil admissões de trabalhadores.
Este aumento nas contratações foi espalhado por todos os setores da economia:
indústria, agricultura, serviços, comércio e construção civil. Além disso, a
PNAD Contínua mostrou que, no trimestre encerrado em fevereiro de 2024, o
rendimento médio habitual do brasileiro cresceu 4,3%, em relação ao mesmo
período do ano passado. Por fim, os dados do IBGE mostram que o nível de
subutilização da mão de obra caiu para 17,8% do total da força de trabalho
brasileira (em 2021 era de 29,3%).
A
segunda boa notícia vem dos empréstimos. Na semana passada, o Banco Central
elevou a estimativa de crescimento no crédito livre às pessoas físicas, que
deve subir 10% esse ano, em relação ao ano passado. O motivo é a aceleração da
concessão de empréstimos às famílias. Em janeiro de 2024, segundo estudos da
PicPay, a parte do crédito que está ligada ao consumo (financiamento de bens,
cartão de crédito, etc.) subiu 14,4%, enquanto aqueles ligados às dívidas
(cheque especial, rotativo, não consignado, etc.) subiu 7,1%. Além disso, o
mesmo estudo mostra que, apesar de ainda elevada, a inadimplência das famílias
brasileiras tem caído intensamente. Isto se associa, por um lado, ao aumento da
renda e, por outro, à redução da Selic, que ajudou a baixar os juros.
Na
indústria, um setor tem se destacado: o automobilístico. No total, foram
anunciados investimentos de R$ 106,85 bilhões para os próximos anos no Brasil.
Por isso, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes, o
setor de autopeças vai investir mais de R$ 6 bi já em 2024. Isso deve criar
mais de 5 mil novos empregos diretos. Ainda na indústria, segundo a FGV, este
foi o setor que mais contribuiu com o Indicador Antecedente do Emprego de março
passado, que aumentou em relação a fevereiro. Por fim, em termos de produção,
tanto a indústria de bens intermediários (1,5%), quanto as de bens de consumo
duráveis (1,0%) e não duráveis (2,2%), apresentaram crescimento nos últimos 12
meses encerrados em fevereiro de 2024.
Porém,
e aí está o grande problema, o índice médio da produção brasileira de bens de
capital dos últimos 12 meses (março de 2023 a fevereiro de 2024) está 9,5%
abaixo do observado nos 12 meses anteriores (março de 2022 a fevereiro de
2023). Por sua vez, nessa mesma comparação, o índice médio da quantidade
importada de bens de consumo subiu 1,4%, o de bens de capital subiu 3,2% e o de
bens intermediários subiu 11,4%.
Esses
dados mostram que, caso a indústria brasileira não entre de vez e de forma
generalizada na reanimação do crescimento econômico, essa decolagem tem tudo
para ser um voo de galinha: sai do chão, mas não vai tão longe. Isto porque
nossa indústria perdeu capacidade de fomentar o nosso próprio crescimento
(interno). Com isso, cada vez mais os estímulos da nossa demanda local por bens
industriais têm sido transferidos para fora do país, via importações.
Para mudar isso, é preciso iniciar imediatamente os investimentos/financiamentos públicos em infraestrutura pesada, como portos, rodovias e energia. Além disso, conduzir de forma bem articulada uma política industrial que renove o parque produtivo brasileiro. A missão é essa e o governo sabe disso. Mas, colocar em prática é que é o busílis.
[i] Professor do DRI/UFPB, do PPGCPRI/UFPB e do PPGRI/UEPB;
Coordenador do PROGEB. (@progebufpb, www.progeb.blogspot.com; @almeidalmilanez; lucasmilanez@hotmail.com). Colaboraram: Maria Fernanda Vieira, Guilherme de Paula,
Lara Souza, Valentine de Moura, Gustavo Figueiredo e Paola Arruda.
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