segunda-feira, 8 de julho de 2013

Comentando a Economia


Pessoas mais ricas do mundo ganham meio PIB do Brasil em um ano[i]


                                                                                Christiano Souto[ii]

    Em 2012, a elite financeira mundial, da qual mais da metade encontra-se nos EUA, elevou suas posses em 2,6%, enquanto o PIB mundial avançou apenas 1,6%. Os "investimentos" das 111 mil pessoas mais ricas do mundo é comparável ao PIB de um país, como o Brasil. É usual a ideia da suprema importância da existência do mercado financeiro como condição vital para a sobrevivência da sociedade capitalista. Neste mercado a remuneração se dá através de uma taxa que é aplicada sobre um montante chamado “investimento”. A lei geral da acumulação capitalista nos diz que esta acumulação se dá através da produção de riqueza, de um lado, da alta produtividade social do trabalho provocada pelo progresso tecnológico, e de outro lado, pela criação de um contingente de excluídos do processo de geração e participação na riqueza. Contudo, essa riqueza nem sempre é real, pode ser “criada” também pela especulação que gera apenas riqueza fictícia. Os "investimentos" dos especuladores de nível "ultra high" são impulsionados pela necessidade de acumulação do capital e pelo desenvolvimento desigual das economias dos países, o que os levam a emigrar para qualquer parte do mundo onde o lucro em geral seja mais elevado. Ganhos e perdas nascidos das diferenças de valorização de títulos e ações, nesse momento em que as grandes economias mundiais ainda sofrem os efeitos da crise iniciada em 2008, realçam ainda mais a marca de parasitismo do mercado financeiro.

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