Semana 23 a 29 de janeiro de 2023
Nelson Rosas Ribeiro[i]
A histeria da guerra da Ucrânia continua
crescendo. O palhaço Zelensky, travestido de presidente, obediente aos comandos
do Pentágono, sedento de sangue, continua pedindo mais armas, e os velhos
caquéticos generais da OTAN, babando de ódio contra a Rússia, prometem atender
aos pedidos. Agora falam em tanques mais modernos a serem enviados pelos
alemães, ingleses e americanos, além de misseis e artilharia. Mas ainda é
pouco. São bilhões de dólares sendo queimados na guerra.
As despesas com armas começam a pesar nos
orçamentos dos países da OTAN, aumentando seu endividamento. O teto dos EUA
para endividamento já estourou e o governo está sendo forçado a pedir ao
parlamento um crédito extraordinário. Os problemas das fontes de energia estão
longe de serem resolvidos. A Rússia passou a vender seu gás e petróleo para a
China e outros países da Ásia e do Pacífico. As trocas comerciais e os laços
econômicos entre estes países se estreitaram. Até o Brasil sai ganhando com
estas mudanças nos fluxos econômicos mundiais, coisa que o governo Lula parece
disposto a explorar. Aliás, são intensas as movimentações do governo neste
sentido, relançando o Brasil no universo das nações, em busca dos espaços
perdidos com a estupidez do governo anterior.
A situação internacional é que não tem dado
grande ajuda. Apesar disto as consultorias e órgãos internacionais melhoraram
um pouco seus prognósticos para o crescimento do PIB mundial. Agora reduziram
os prognósticos de recessão na União Europeia e fala-se em crescimento de 0,1%
para este ano. Para os Estados Unidos, no entanto, as perspectivas continuam de
recessão. A “Conference Board”, por exemplo, calcula índices antecedentes que
continuam a apontar a desaceleração da economia. Os ânimos estão mais
otimistas, porém, diante da esperança de que a China, apesar da abertura e do
fim do programa covid zero, consiga controlar a pandemia e retomar o
crescimento.
Surgem assim esperanças de que a economia
mundial não entre em recessão neste ano, embora tenha crescimento muito baixo.
A nova estrela que surge para melhorar os humores é a Índia que já está sendo
apontada como o novo motor da economia mundial, graças à sua população de 1,417
bilhão de habitantes (maior que a da China). Acrescente-se que é uma população
jovem, pois mais de 50% dela tem menos de 30 anos.
Resumindo a semana, as notícias econômicas
aparecem um pouco melhores, mas não o suficiente para elevar os prognósticos
para a economia local. O crescimento por cá continua a ser estimado entre 0,5%
e 0,8% para este ano.
Apesar disso o Copom na sua reunião de
quarta-feira, deverá manter a Selic em 13,75%, continuando a mais elevada do
mundo. O argumento é o mesmo: a inflação continua acima do topo da meta. Os diretores do nosso Banco Central, no seu
fanatismo ideológico, não conseguem escutar nem os conselhos dos seus grandes
mestres Lara Resende e Joseph Stiglitz. Não conseguem perceber que taxa de
juros elevadas encarecem o capital, dificultam os investimentos e,
consequentemente, prejudicam a recuperação das economias. Os juros elevados
favorecem o capital financeiro, os especuladores e prejudicam o capital
produtivo. Não é por outra razão que entidades como a CNI e a Fiesp tanto
reclamam. Por que o capital produtivo vai investir se a maior parte de seus
lucros serão drenados para o pagamento dos juros?
Outro aspecto a ser considerado é o aumento do custo da dívida para o Tesouro. Em 2020 este custo representou 7,15% do PIB; em 2021, representou 8,9% do PIB e em 2022, 10,8%. Considere-se que os títulos públicos indexados à Selic representam 40% do total emitido. Com esta elevação da Selic, a dívida pública subiu de R$ 6,9 trilhões para 7,6 trilhões, comprometendo 50% da receita. Foram pagos de juros aos rentistas um montante superior à soma dos orçamentos dos ministérios da Saúde, Educação, Previdência, Ciência e Tecnologia e Segurança. Mas o BC, em sua demência “autônoma”, acha que pode reestruturar a economia mundial com a sua taxa Selic. Onde iremos parar?
[i] Professor
Emérito da UFPB e Vice Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia
Brasileira; nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com). Colaboraram os
pesquisadores: Guilherme de Paula, Mariana Tavares e Nertan Alves, Maria
Cecília Fernandes.
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