Semana 16 a 22 de outubro de 2023
Nelson Rosas Ribeiro[i]
Falamos na análise anterior da agressão do
estado sionista de Israel ao povo palestino. Este é o mais importante
acontecimento a nível internacional do momento. O caso é tão grave que a guerra
da Ucrânia passou para o segundo plano. Talvez porque esta guerra já esteja
perdida e a grande chance de o império ganhar alguma coisa é no mundo árabe. Há
vários fatores que lhes são favoráveis.
Em primeiro lugar existe uma certa
antipatia para com os movimentos árabes, diante das ações de fanatismo
religioso que temos assistido, como os atentados realizados nos países europeus
e as ações irracionais das tais brigadas islâmicas que investem contra obras de
arte, reuniões civis, templos religiosos, pessoas etc. Todos ainda estão
lembrados dos atos terroristas do Estado Islâmico e das execuções transmitidas
ao vivo para todo o mundo, bem como da demolição de monumentos de grande valor
histórico.
Por outro lado, todos também se lembram das
perseguições que os judeus sofreram durante decênios e a maior delas, feita
pelos nazistas durante a segunda guerra mundial, conhecida como o holocausto,
bem como dos terríveis sofrimentos praticados nos campos de concentração e
extermínio, coisa que os judeus fazem questão de relembrar e não deixar
esquecer. Junte-se a isto o poder econômico concentrado nas mãos dos judeus em
todo o mundo, o que lhes dá uma grande capacidade de influir nas ações dos
governos, na propaganda e na mídia.
É
preciso lembrar ainda a ideologia sionista que, explorando a religiosidade do
povo judeu, há mais de um século une e mobiliza toda a etnia espalhada pelo
mudo no ideal de construir uma pátria, um país judaico sob o seu controle
total. Não é por acaso que, por razões religiosas, escolheram a Palestina como
a “terra prometida”. Em torno deste objetivo, tudo se torna possível e
permitido. Afinal, o “povo de Deus” deve ser conduzido de volta ao território
onde habitou há séculos e de onde foi expulso.
Os atentados feitos pelo Hamas não passaram
de um pretexto para a continuação, por meios mais eficientes e rápidos, do
extermínio dos palestinos, tratados como animais. O Estado de Israel, não é
mais do que um Estado sionista, fascista, racista cuja intenção é exterminar o
povo palestino. E isto está ocorrendo com a colaboração dos Estados Unidos,
apoiados pela culta União Europeia e com a conivência de vários países do
mundo.
O pior é que, como dissemos na análise
anterior, o primeiro abacaxi caiu no colo do Brasil, presidente atual do
Conselho de Segurança da ONU. Apesar da habilidade da diplomacia brasileira de
costurar uma resolução capaz de ser aprovada, nada foi conseguido. Os
americanos, usando a sua costumeira truculência estúpida, e em apoio ao seu
aliado Israel, usaram o seu direito de veto. Com apenas 1 voto contra, a
resolução proposta foi bloqueada.
Estamos assistindo ao genocídio de uma
população, pelo Estado sionista de Israel. Até parece que os sionistas
aprenderam com os nazistas os métodos que foram utilizados contra eles. E, com
exceção de alguns protestos de intelectuais e de manifestações em alguns
países, o agressor, que há mais de 56 anos ocupa os territórios da Palestina,
mesmo contra as decisões da ONU, encontrou o momento ideal para implementar
seus projetos. Se nada for feito, Israel dominará totalmente a Palestina e a
população árabe lá residente, será expulsa ou exterminada.
Quem, afinal, é o terrorista? O Hamas ou o
Estado de Israel?
Estamos assistindo à agonia do império
americano, mas o preço que a humanidade está pagando é muito alto. Esta nova
guerra que, segundo os sionistas israelenses, será longa, trará novas
perturbações à economia mundial e certamente nós, brasileiros, seremos
envolvidos. Existe a possibilidade de a conflagração expandir-se para outros
países, incluindo o Irã, único que tem condições militares de confrontar
Israel. Convém lembrar que é nesta região que se encontra o maior núcleo
produtor de petróleo do mundo.
Lamentavelmente, até agora, a barbárie está sendo vitoriosa.
[i] Economista, Professor Emérito da UFPB e Vice Coordenador do
Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira;
nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com).
Colaboraram os pesquisadores: Guilherme de Paula, Gustavo Figueiredo, Helen
Tomaz, Letícia Rocha e Raquel Lima.