Semana 25 a 31 de dezembro de 2023
Nelson Rosas Ribeiro[i]
O fascista Milei, caiu em campo para executar sua política neoliberal. Com dois projetos legislativos enviados ao congresso, começou a destruir a economia argentina, revogando dezenas de leis e regulamentações para “libertar a economia da tutela do Estado”. Segundo ele, “são leis para abraçar a liberdade”. A primeira lei foi a DNU 70/2023, agora complementada pela “lei de bases e pontos de partida para a liberdade dos argentinos”. Ao discursar na apresentação desta lei, em êxtase, clamou “Viva la liberdad CARAJO”. Desta vez, não podemos acusá-lo de mentiroso. Ele próprio reconhece o tamanho do CARAJO que ele está endereçando ao povo argentino. O choro e o ranger de dentes já começam a ser ouvidos na casa de los Hermanos. Em breve, começaremos a conhecer o conceito de liberdade do ultra neoliberal Milei: a liberdade de baixar o cacete nos que discordam dele. Temos de desejar aos argentinos firmeza e tenacidade nas grandes lutas que terão de travar, e dar apenas mais um aviso: tomem cuidado com “el Carajo” do Milei, que tem um alvo certeiro. Mas, além de lamentar os sofrimentos que aguardam o povo argentino, é bom não esquecer que eles são o nosso segundo maior parceiro comercial e os maiores compradores da nossa produção industrial. A estabilidade no país vizinho é importante para a nossa economia.
Outro comentário internacional, que temos obrigação de fazer, é sobre as guerras. No caso da Ucrânia, não há muito a acrescentar. O impasse arrasta-se com os governos europeus, fantoches dos americanos, lutando para não aumentar os gastos com o apoio militar ao palhaço Zelensky, e os últimos recursos sendo enviados pelos americanos, enquanto os russos aumentam sua pressão.
O caso mais lamentável é o da faixa de Gaza. O massacre
continua e parece que vai demorar. A fúria assassina da direita sionista do
governo Netanyahu é insaciável. O movimento internacional sionista continua
agindo fortemente, explorando o complexo pelo extermínio dos judeus durante a
segunda guerra, e acusando de antissemitas todos os que denunciam o massacre.
Embora as manifestações e protestos estejam se espalhando pelo mundo, ainda não
atingiram o nível de clamor universal. Aumenta a possibilidade de ampliação do
conflito com os ataques no Líbano, na Cisjordânia e os atentados terroristas
ocorridos no Irã, agora assumidos pelo
Internamente, não podemos deixar de comemorar as grandes vitórias que conseguimos no ano de 2023 e que já relacionamos nas análises anteriores. Basta lembrar as previsões dos economistas de plantão, no início do mandato de Lula. Seria o fim do mundo, o caos geral, a fuga dos capitais, o isolamento do país, o caminho para nos tornarmos uma Argentina, ou uma Venezuela, a disparada da inflação etc. Tudo saiu ao contrário. O Brasil recuperou o respeito do mundo e passou a ser consultado e cortejado pelas grandes nações, e a participar das organizações internacionais, e dos organismos multilaterais. Contra todas as previsões catastróficas, a economia moveu-se e tivemos um crescimento acima dos 3%, com uma taxa de desemprego das mais baixas dos últimos tempos e uma inflação sob controle. Tudo isto, para não falar da vitória da coalizão, resultado da habilidade do presidente Lula, e do apoio que se tem conseguido, com grandes sacrifícios, no congresso.
Apesar de toda a sabotagem dos parlamentares, que só se movem sob propina, da falta de colaboração do Banco Central, que mantém a taxa básica Selic nos patamares mais elevados do mundo, da ação histérica dos bandos bolsonaristas, que continuam a disseminar fakes e promover todas as ações possíveis para impedir as atividades do governo, e da colaboração precária dos partidos que compõem o próprio governo, mas que só aí estão para obter vantagens, com vistas às próximas eleições municipais. Aliás, esta é possivelmente a questão mais importante do ano, que se inicia.
Prevendo as dificuldades, desejo a todos muita coragem e resiliência necessárias para as lutas deste 2024. Não podemos desperdiçar o capital que acumulamos.
[i] Economista, Professor Emérito da UFPB e Vice Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira; nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com). Colaboraram os pesquisadores: Guilherme de Paula, Gustavo Figueiredo, Raquel Lima, Leticia Rocha, Aline Feitosa, e Paola Arruda.
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