Semana 08 a 14 de janeiro
de 2024
Nelson Rosas Ribeiro[i]
Somos forçados a começar esta análise ainda
falando no fascista Milei. Ele faz questão de manter-se nas manchetes.
Infelizmente ainda há pessoas e órgãos de imprensa dando palanque ao canalha,
armado em salvador, enquanto ele manda o “Carajo” para o seu próprio povo. Para
vergonha geral, o mundo foi obrigado a ouvir, no Fórum de Davos, os impropérios
proferidos pelo marginal, que, apesar de economista, não é capaz de distinguir
e caracterizar as diferentes correntes econômicas e iguala Keynes, comunismo,
socialismo, social-democracia, democracia cristã etc., como se fossem a mesma
teoria. Só o grande pensador Milei tem a verdade capaz de salvar a humanidade.
E, claro, terminou o seu discurso com um sonoro “carajo”. Coitados dos
argentinos que já começam a sentir o tamanho do “carajo” que lhes foi
endereçado.
Mas, o Fórum de Davos abriu espaço para
outro palhaço, fantoche do belicismo ocidental, o ator Zelensky. Embora de mãos
vazias (não conseguiu verbas para continuar o massacre do seu próprio povo),
foi cortejado e aplaudido. Apenas o Netanyahu ainda não conseguiu audiência,
apesar de todos os crimes que os sionistas vêm cometendo, em Gaza, e das
declarações que tem feito contra todas as decisões da ONU, sobre o território.
A consequência disto é o agravamento da situação em toda a região, com a
expansão do conflito aos países vizinhos. Israel já ameaça a invasão do Líbano,
em resposta aos ataques de mísseis que tem recebido de grupos aliados ao Hamas.
No mar Vermelho, os rebeldes no Iêmen têm atacado navios, ameaçando a
circulação comercial na área, o que já provocou ataques dos ingleses e
americanos a instalações no país. O próprio Irã lançou mísseis para os
territórios do Iraque e da Síria, alegando atingir alvos militares inimigos.
Todo este panorama ameaça as rotas comerciais, que circulam pelo mar Vermelho e
Canal de Suez, obrigando a mudança de rotas comerciais para o contorno da
África. Temos, portanto, mais uma perturbação para a economia mundial que,
todas as organizações internacionais reconhecem que se encontra em situação
crítica e preveem para ela um “pouso suave”. O Banco Mundial, por exemplo, em
seu relatório Perspectivas Econômicas Globais, prevê que, neste ano, a economia
mundial crescerá apenas 2,4%, continuando seu ritmo de desaceleração, pelo
terceiro ano consecutivo. A ONU faz estimativas idênticas. O Banco Mundial
reconhece que o período entre 2020 e 2024 é o pior em 30 anos.
Temos de levar em consideração este
panorama internacional adverso para fazer considerações sobre a nossa economia.
Podemos ser atingidos pelas perturbações provocadas pelas guerras e pelo
afundamento da economia argentina. O pouso suave externo vai contribuir para o
nosso próprio “pouso suave”, que também já teve seu início. Não é uma questão
de opinião ou vontade, é uma questão de dados e fatos. O Banco Mundial, para o
Brasil, prevê um crescimento de 1,5%, para este ano de 2024. Apesar do
endividamento das famílias ter caído, pela primeira vez em 4 anos, a
inadimplência bateu recorde, segundo a Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (CNC). Isto significa que o consumo das famílias não
contribuirá para o crescimento. Por outro lado, os estímulos provocados pelo
aumento do salário-mínimo e pelos auxílios, como o bolsa família, perderam seu
efeito estimulador.
Outro acontecimento que terá de ser
enfrentado pelo governo é a substituição do presidente do Banco Central Campos
Neto que, com sua política monetária restritiva, tanto prejuízo nos causou.
Espera-se que o governo substitua o sabotador.
Finalmente, há que lembrar que este ano é ano de eleições municipais. Muitas serão as negociações e é preciso consciência na hora de escolher os candidatos. Nada de votar no compadre, amigo ou vizinho. A votação tem de levar em consideração o partido político do candidato. Nenhum voto para qualquer partido de direita ou do centrão. É preciso tirar o apoio que sustenta o Congresso mais reacionário e corrupto da nossa história, para que o presidente Lula possa governar. Basta de chantagens. Agora estará nas mãos dos eleitores.
[i] Economista, Professor Emérito da UFPB e Vice Coordenador do
Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira;
nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com).
Colaboraram os pesquisadores: Guilherme de Paula, Gustavo Figueiredo, Raquel
Lima, Maria Vitoria Freitas e Paola Arruda.
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