quarta-feira, 26 de junho de 2024

Mais um episódio da série Copom... Juntos, o suspense, o terror e a ficção!

Semana de 17 a 23 de junho de 2024

 

Rosângela Palhano Ramalho [i]

            

Esta semana os holofotes do noticiário econômico estiveram sobre o Copom. Em sua 6ª reunião do ano vigente, o Comitê de Política Monetária deliberou sobre o percentual da taxa de juros interna. Desde a semana passada que se produz um roteiro. Finalmente, chegou o grande dia, e os atores entraram em cena! E, de novo, representaram brilhantemente seus papeis, pois mantiveram o script desejado pelo mercado financeiro, que não só esperava o rompimento dos cortes, mas “exigia” uma “decisão unânime”. O país que detém a segunda maior taxa de juros real do mundo, “precisava” demonstrar que tem uma autoridade monetária “autônoma”. As sete quedas consecutivas da Selic foram interrompidas e a taxa foi mantida em 10,5% ao ano. Em nota, o Copom afirma que as incertezas econômicas externas, a elevação das projeções de inflação, as expectativas desancoradas e a “resiliência na atividade” exigem “cautela”.

Assistindo o episódio atentamente, é possível ver falhas na execução da película. O atual sistema de metas inflacionárias considera a variação de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo da meta estipulada, que é de 3%. O último Boletim Focus apurou que a projeção do IPCA para este ano aumentou de 3,90% para 3,96%, portanto a projeção de alta inflacionária está longe de comprometer o teto da meta, sendo o descontrole da inflação uma mera obra de ficção! Além disso, em seu comunicado, o Copom usa o termo “resiliência” para demonstrar sua insatisfação com a economia que “insiste” em crescer. O clima de suspense foi criado e não se sabe qual o roteiro do próximo capítulo. E, para completar, um pouco de terror: “a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”

Para a infelicidade de alguns, a economia segue crescendo. Os dados do primeiro semestre mostram que o impulso se deu pela melhoria da renda e espera-se que no segundo semestre, o crédito seja o carro-chefe em virtude das quedas seguidas dos juros. Temendo a interrupção da recuperação econômica, o presidente reclamou. Lula sabia que a taxa de juros seria mantida e bradou o mais alto que pôde contra o Banco Central, parte integrante do Copom. Em entrevistas, afirmou que a única “coisa desajustada” é o “comportamento do Banco Central”, já que seu presidente “não tem nenhuma capacidade de autonomia” pois tem “lado político”. Lula referia-se ao jantar oferecido a Campos Neto pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que ele aceitou sem nenhum pudor. Entre políticos e banqueiros, o presidente do Banco Central saiu do evento como ministro da Fazenda do anfitrião caso seja eleito presidente em 2026. A imprensa não se furtou em rememorar outros episódios em que Campos Neto demonstrou ser capacho da extrema-direita: frequentava churrascos na residência oficial quando Bolsonaro era presidente; nas eleições de 2022, votou fantasiado de verde e amarelo e, estava inscrito em um grupo de mensagens que referendava os atos golpistas de 08 de janeiro de 2023.

Concretizada a manutenção da taxa de juros, Lula sustentou as críticas: “Foi uma pena que o Copom manteve os juros porque quem está perdendo é o povo brasileiro. Quanto mais alto os juros, menos dinheiro sobra para a gente investir aqui dentro.” E ele tem razão. Um cálculo simples encomendado e divulgado pelo Jornal Valor Econômico, mostra que a manutenção da taxa básica em 10,5% trará um custo anual de R$ 78 bilhões para as empresas e pode afetar os investimentos de longo prazo. Com uma taxa de 9,5%, o peso do juro seria de R$ 70,6 bilhões e se fosse de 9%, seria de R$ 66,9 bilhões. Houve reação dos empresários. A Abimaq, associação da indústria de máquinas e equipamentos, e a CNC e CNI, confederações do comércio e indústria, reclamaram. Elas temem que “a dose do remédio” se transforme “em veneno” e consideraram a decisão “inadequada e excessivamente conservadora.”

No fechamento do capítulo desta série, Campos Neto aspirou o papel de protagonista e Lula que não é amador, o expôs como vilão. E de uma só vez, ao criticar as ações do Copom, provocou a decisão unânime que era desejada pelo mercado, desgastou a imagem de Campos Neto e ainda protegeu da pressão o diretor de Política Monetária do Comitê, Gabriel Galípolo, seu candidato à presidência do Banco Central. O presidente, demonstra habilidade em se esquivar dos ataques ao seu governo. Assim, o making-of dos próximos episódios vai sendo produzido. Aguardemos as novas cenas...


[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do PROGEB (@progebufpb, www.progeb.blogspot.com; rospalhano@yahoo.com.br, rosangelapalhano31@gmail.com). Colaboraram os pesquisadores: Brenda Tiburtino, Valentine de Moura, Paulo Victor Carneiro e Raquel Lima.

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quinta-feira, 20 de junho de 2024

A Amazônia e a tríade BBB

Semana de 10 a 16 de junho de 2024

 

Lucas Milanez de Lima Almeida [i]

 

Caro leitor, semana passada tivemos alguns fatos de grande relevância no cenário nacional. Contudo, antes de tratarmos de alguns desses temas, decidi fazer um breve relato do que vi nesse período.

Entre os dias 12 e 14 de junho de 2024, ocorreu o XXIX Encontro Nacional de Economia Política (ENEP), promovido pela Sociedade Brasileira de Economia Política. O evento aconteceu na cidade de Marabá, especificamente na sede da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Como não poderia ser de outra forma, o tema central das atividades foi o meio ambiente, sob o título: “O Capital na Berlinda: emergência climática e o lugar da Pan-Amazônia para o futuro da humanidade”. Em breve, as gravações estarão disponíveis no canal da SEP TV no YouTube.

Como já sugere o slogan do evento, as discussões giraram em torno dos elementos essenciais do sistema capitalista e como eles têm afetado o planeta Terra. Evidentemente, o destaque foi nossa maior floresta e os povos que nela habitam. A grande conclusão a que se chegou foi: o processo de acumulação de capitais é, inevitavelmente, um processo de destruição da natureza. A realidade tem mostrado que uma das consequências fundamentais deste processo, incessante e insaciável, é a piora nas condições de manutenção de todos os tipos de vida.

As chuvas e as secas extremas são algumas das manifestações disto. Outro indicativo é o fato de que já estamos há 12 meses seguidos batendo recordes de calor em todo o planeta. Dizendo de outra forma, desde junho de 2023, todos os meses que passaram foram os meses mais quentes da nossa história: o junho mais quente, o julho mais quente, o agosto mais quente, até chegarmos em maio de 2024, o mês de maio mais quente da história. Nesse período, o ar atmosférico esteve 1,63ºC acima do registrado entre 1850 e 1900. Segundo estudos recentes, o chamado “limite seguro das mudanças climáticas” é de 1,5ºC (acima da média de 1850-1900) e seria prudente atingirmos esse patamar apenas no fim do século XXI.

Outro destaque no XXIX ENEP foram os diversos relatos de indígenas,  acerca da violência por eles sofrida ao longo dos anos. Povos originários, eles foram encurralados por grileiros e, sempre que preciso, assassinados das mais diversas formas. As histórias retratam, desde o uso de armas de fogo, ao de armas químicas pulverizadas de aviões sobre as aldeias. Além disso, ficou flagrante a absorção das culturas tradicionais pela lógica do capital, o que alterou a forma como os indígenas se relacionam entre si e com a natureza.

Contudo, na mesma semana em que ocorria o evento, entrou em pauta o PL do estuprador (1904/2024) na Câmara Federal, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Não há muito o que se discutir sobre esta proposta, completa e absolutamente perversa. Apresentado por autointitulados liberais, o projeto de lei é uma ingerência sobre a vida dos indivíduos. Mas não são quaisquer indivíduos, em abstrato. Na realidade, são o machismo e a misoginia ingerindo sobre as mulheres. Além disso, essa interposição não incide apenas nas mulheres em geral, mas especificamente sobre as que foram violadas da pior forma que possa existir, as que foram engravidadas por estupradores. Mais uma vez, a sociedade discrimina e impõe às mulheres o que elas devem fazer com seus próprios corpos.

Infelizmente, o grupo político que idealizou esta aberração representa uma parcela significativa dos brasileiros. Desde as eleições de 2018, a pauta do Congresso Nacional tem funcionado como uma verdadeira nuvem de fumaça, em vários sentidos. O primeiro deles é figurado e corresponde às dificuldades que muitos estamos tendo de contemplar um futuro mais civilizado. A bancada da bíblia (incluindo evangélicos e católicos) tentam impor os seus próprios “valores” e costumes a todos. Essa é uma pauta própria e de interesse dos integrantes da bancada. A questão é que esta fumaça turva não só nosso horizonte de civilidade, mas nos distrai. Enquanto gastamos energia com temas de ordem moral, nos é requerido força para enfrentar os projetos das bancadas da bala e do boi, que querem “passar a boiada”.

É aí que voltamos ao início da análise. Na prática, essa tríade BBB (bíblia, bala e boi) existe para atender aos interesses daqueles que estão a destruir não só a Amazônia e seus povos, mas daqueles que sonham em privatizar nossas praias e daqueles que desejam ainda mais austeridade. Enfim, eles apenas dão cara aos que buscam lucrar a todo custo.

O terror em que vivemos no Brasil não é um acaso do destino, mas o resultado de um processo histórico de desenvolvimento, o desenvolvimento capitalista. A realidade tem sido cada vez mais clara: sem o seu rompimento, não há saída.


[i] Professor do DRI/UFPB, do PPGCPRI/UFPB e do PPGRI/UEPB; Coordenador do PROGEB. (@progebufpb, www.progeb.blogspot.com; @almeidalmilanez; lucasmilanez@hotmail.com). Colaboraram: Ryann Félix, Guilherme de Paula, Lara Souza, Valentine de Moura, Gustavo Figueiredo e Paola Arruda.

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segunda-feira, 17 de junho de 2024

Continua o crescimento do PIB no primeiro trimestre

Semana de 03 a 09 de junho de 2024

Nelson Rosas Ribeiro[i]

           

A divulgação pelo IBGE dos dados sobre o crescimento do PIB, no primeiro trimestre, provocou inquietação nos arautos do caos. O IBGE apontou um crescimento de 0,8%, número muito superior às estimativas do “mercado”. Agora, instituições financeiras correm para alterar suas previsões. O Goldman Sachs, por exemplo, corrigiu as suas para o ano, de crescimento de 1,9%, para 2,1%. O Barclays de 1,9% para 2,2% e o BNP Paribas reafirmou os seus 2,2%. A agropecuária cresceu 11,3% e os serviços 1,4%. Dentro dos serviços, o comércio cresceu 3%. Apenas a indústria decresceu -0,1%, embora a indústria de transformação tenha crescido 0,7%. O aspecto negativo veio da indústria extrativa, que decresceu 0,4% e da indústria da construção, que recuou 0,5%.

 Outro fato positivo a comemorar foi a Formação Bruta de Capital Fixo, indicador dos investimentos, que cresceu 4,1%, resultando em uma taxa de investimento de 16,9%. Este número só não é mais significativo por causa do aumento das importações. As exportações cresceram 0,2%, mas as importações 6,5%, o que significa que o saldo da balança comercial diminuiu. Este dado, somado ao aumento das importações, provoca uma consequência negativa. As importações dos bens de capital aumentaram, o que deslocou para fora do país o impulso que este aumento de demanda provocaria na economia interna. Como consequência, o ritmo de crescimento e sua sustentabilidade são enfraquecidos.

Apesar destes números positivos, os profetas do caos ampliam seu berreiro. Começam as previsões de que a recuperação vai acabar. Pacheco e Lira trabalham ativamente com este objetivo. Na Câmara Lira tenta criar o caos com a pauta ideológica, decidindo pala urgência na votação da chamada “lei dos estupradores”, que equipara o estrupo à crime, prevendo uma pena maior para a vítima do que para o criminoso. O escândalo é de tal ordem que Pacheco já pôs o pé no freio e afirmou que não tem pressa para votar a matéria. É uma armação para trazer o governo para a pauta ideológica. Ao discutir a matéria e opor-se a ela, o governo dará o pretexto para ser taxado de “abortista”.

Enquanto a pauta ideológica é levantada no Congresso, o presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto deita discurso, transformando-se em líder da oposição ao governo. Há a intenção de criar o descrédito do BC, diante das mudanças que ocorrerão na diretoria, incluindo a substituição do próprio presidente Roberto Campos. Como se não bastassem as dificuldades naturais causadas pelas enchentes no RS, Campos sai por aí afirmando que as expectativas da inflação estão se deteriorando com o afrouxamento da política fiscal do governo e o aumento das despesas. Levanta suspeitas sobre as futuras indicações do governo Lula, que mudarão a composição da diretoria do BC, e consequentemente do Copom. Insinua que este novo BC tomará decisões políticas de acordo com os interesses do governo, como se as decisões tomadas por ele não fossem políticas, visando o favorecimento do setor financeiro e prejudicando o crescimento da economia. Sugere também que o processo de redução da taxa Selic chegou ao fim, já na próxima reunião do Copom.

O aumento das pressões é complementado pela campanha dos três grandes jornais o Globo, o Estadão e a Folha que passaram a atacar violentamente o governo.

Como vemos a situação continua tensa e os inimigos do país não dormem. Insistem na pregação do caos, encastelados no Congresso e no próprio governo, procurando criar as maiores dificuldades para a execução das políticas públicas prometidas.

 Infelizmente, não posso também dar boas notícias do exterior. A situação igualmente vem se deteriorando. Agora são os acordos firmados pelos governos dos países ocidentais, em relação a Gaza e a Ucrânia. Novas armas, mais agressivas e potentes, que possibilitem os ataques ao território da Rússia são prometidas, o que provoca declarações de retaliação por parte do governo russo. Continuamos marchando em direção à intensificação da guerra nas duas frentes e assistindo ao aumento da possibilidade do conflito atômico. Convém lembrar que um país que possui um arsenal nuclear não perde uma guerra.


[i] Economista, Professor Emérito da UFPB e Vice Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira; nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com). Colaboraram os pesquisadores: Paola Arruda, Brenda Tiburtino, Raquel Lima e Paulo Vitor.

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quarta-feira, 5 de junho de 2024

Projeções e realidade

Semana de 27 de maio a 02 de junho de 2024

 

Rosângela Palhano Ramalho [i]

           

Que o governo Lula enfrenta dificuldades é fato, pois, ao mesmo tempo em que providencia soluções para as consequências do desastre climático do Rio Grande do Sul, lida com os mais variados boicotes. O país elegeu um Congresso Nacional extremamente reacionário e a formação da maioria parlamentar para os projetos governistas no plenário é um desafio diário. A oposição tenta desgastar o governo, priorizando a pauta de costumes para alimentar os devaneios e a intolerância da súcia bolsonarista. Pôs-se fim à saída temporária de presos, e quando o atual presidente vetou o trecho que proibia, inclusive, a saída dos detentos para visitar a família e para praticar atividades que contribuam para o retorno ao convívio social, derrubou-se o veto, como se aqueles seres, humanos não fossem. Por outro lado, os parlamentares mantiveram o veto do ex-presidente à criminalização da propagação de notícias falsas. Ou seja, aos presos negou-se a reabilitação social, mas os nobres deputados receberam o aval para continuar a cometer crimes impunemente, através das fake news. Nos próximos dias, espera-se mais agitação. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara discutirá a criminalização de qualquer volume para o porte de drogas, o Senado debaterá projeto visando derrubar decisão do governo que endureceu o acesso a armas, e a regulamentação do Ministério do Trabalho sobre a lei de igualdade salarial entre homens e mulheres também está ameaçada. Até mesmo o Plano Nacional de Educação está na mira reacionária, pois levantou “suspeitas” dos “imaculados” evangélicos.

No âmbito econômico também brotam tentativas de encurralamento. Polêmicas relativas ao arcabouço fiscal e à política monetária (diga-se, definição da taxa de juros) continuam sendo alimentadas. O “mercado” e os que o representam, que vão desde os chamados “estrategistas”, especuladores, analistas financeiros, economistas a serviço, até o presidente do Banco Central, “analisam neutralmente” a economia. Roberto Campos Neto, em almoço com empresários em São Paulo, disse haver uma “desancoragem em andamento”, ou seja, aumentou a expectativa de que a inflação está se distanciando da meta. Novamente culpou as decisões da ala fiscal e se armou com os juros.

O curioso é que, em maio, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, mensurado do dia 16 do mês de abril ao dia 15 do mês de maio), subiu 0,44%. O indicador, considerado a prévia da inflação oficial, ficou abaixo do esperado pela mediana apurada pela projeção do Valor Data. Os resultados econômicos que Campos Neto finge não ver, agradou ao FMI. A inflação controlada foi um dos motivos pelos quais o órgão revisou a taxa de crescimento do PIB brasileiro para 2,1% este ano. Destacando a “notável resiliência” da economia brasileira nos últimos dois anos e “inflação recuando para o intervalo da meta” o FMI também destoou da projeção do Boletim Focus que apresentou recuo do PIB em 2024 de 2,1% para 2,05%.

Enquanto as víboras se movem ambicionando a aplicação de juros altos para atender quem lhes remunera, pesquisas dão conta que o setor produtivo planeja continuar investindo no país. A pesquisa Agenda da Deloitte foi realizada com 411 empresas responsáveis por uma receita que equivale a 20% do PIB do país, em valores de 2023. Em termos de investimentos, 82% das empresas lançarão produtos ou serviços, 33% pretendem ampliar os pontos de venda para seus produtos, 21% aumentarão o parque fabril, 16% abrirão novas unidades de produção e 17% pretendem adquirir novas empresas. Em outra pesquisa, agora realizada pelo jornal Valor Econômico, junto aos 24 empresários que receberam o Prêmio Executivo Valor deste ano, grandes empresas da área do saneamento, energia, construção, telecomunicações, infraestrutura, motores e celulose, quando consultadas em relação aos seus planos produtivos para 2024 e 2025, confirmaram a manutenção e a criação de novos investimentos, apesar dos juros elevados.

Por fim, na oportunidade em que este texto era finalizado, o IBGE divulgava os números do PIB para o 1º trimestre deste ano. O indicador cresceu 0,8%. E de novo, o resultado está acima do que foi projetado pelas principais agências de pesquisa. A realidade censura mais uma vez as prospectivas do caos. Por outro lado, os que desejam a política do quanto pior, melhor, devem estar em êxtase, afinal poderão prescrever o remédio amargo para o crescimento econômico.


[i] Professora do Departamento de Economia da UFPB e pesquisadora do PROGEB (@progebufpb, www.progeb.blogspot.com; rospalhano@yahoo.com.br, rosangelapalhano31@gmail.com). Colaboraram os pesquisadores: Ryann Félix, Valentine de Moura e Gustavo Figueiredo.

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