Semana de 19 a 25 de agosto de 2024
Nelson Rosas Ribeiro[i]
A canalha bolsonarista está em pânico. Os
números fortes da atividade econômica continuam a demonstrar o que nós já
apresentamos em nossas últimas análises: a economia está crescendo. O
presidente do Banco Central (BC) Roberto Campos Neto voltou a ameaçar raivoso,
que o BC está vigilante e, embora os dados digam o contrário, não permitirá que
a inflação ultrapasse o teto da meta, o que significa aumentar a taxa de
referência Selic. Na análise anterior mostramos dados que comprovavam este
crescimento. Agora novos dados, para junho, são apresentados, e apontam na
mesma direção. Até o “mercado” admite, contrariado, que, em 2024, o crescimento
ficará na casa dos 2,5%. O próprio BC divulgou o seu índice IBC-Br, que é uma
estimativa do PIB, e confirma este resultado. Diante disto as consultorias
começaram a rever suas previsões. O J.P. Morgan elevou a sua de 2,5% para 2,9%.
O Banco ABC Brasil, de 2,4% para 2,6%; a Kinitro Capital e a Terra
Investimentos, de 2,5% para 2,6%; a G5 Partners, de 2,3% para 2,5%; o Bank of
America (BofA), de 2% para 2,7%; o Santander, de 2% para 2,3% etc., com o
comentário da economista do banco, Ana Paula Vescovi, “Estamos impressionados
com a atual força da economia brasileira”.
Há mais dados sobre o crescimento. A
Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o seu índice Nuci, Nível de Utilização
de Capacidade Instalada, para a indústria da transformação. Ficou em 83,40
pontos, o maior desde maio de 2011. Este índice mostra que a indústria está
produzindo no seu limite e isto foi a resposta dada a uma queda violenta nos
níveis de estoques, o que é um reflexo do aumento da demanda. Com efeito, a
produção da indústria cresceu 4,1% em junho, segundo o IBGE, e deve continuar a
crescer.
A Associação Brasileira de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq) divulgou a informação que a indústria de máquinas e
equipamentos teve um crescimento da produção de 2,4%, em junho, em relação a
maio. A Associação Brasileira da indústria de Material Plástico também prevê
crescimento da produção para atender à crescente demanda da indústria de
embalagens, principalmente para a indústria de alimentos, eletrônicos, bebidas
e automóveis, o que demonstra o crescimento também destas atividades.
Como vemos, apesar de toda a sabotagem do
congresso e do Banco Central, que tentam dificultar por todos os meios as ações
do governo para estimular o crescimento, o país cresce. Aí está a origem do
desespero da canalha bolsomínia. Se há crescimento da economia, o povo se
beneficia e o governo Lula se fortalece, aumentando a possibilidade de
reeleição. O Congresso, enquanto fala no excesso de gastos do governo, cria
novas despesas, como as emendas, ou esmaga as receitas, com as desonerações. Só
o poder judiciário (STF) tem enfrentado os abusos. Curiosamente todos os
parlamentares aprovam as tais emendas visando seus próprios interesses, até
mesmo dos partidos da base do governo e mesmo de esquerda.
O objetivo das forças de oposição é muito
claro. Uma vez perdidas a eleições e fracassado o golpe, tentam manipular os
mecanismos, que a democracia garante, para realizar todo tipo de sabotagem. É
preciso derrotar o governo Lula, impedindo-o de governar, mesmo que, para isto,
se tenha de desorganizar e destruir o país.
Não basta a dificuldade que o governo
enfrenta, diante do caos deixado pela incompetência e demência ideológica do
governo anterior. Agora, para realizar todo o processo de reconstrução, tem-se
de enfrentar a sabotagem de um Congresso corrupto e conservador, de grupos
fanáticos religiosos, de partidos reacionários e golpistas, de um Banco Central
dirigido por agentes do mercado financeiro. Cada um em seu terreno específico e
usando métodos diferentes, agem na direção do mesmo objetivo: é preciso impedir
o governo de governar e concorrer à reeleição.
Este quadro tem que ser alterado sob pena de caminharmos para um novo golpe. Eis a grande importância das eleições que se aproximam. Nenhum voto para os sabotadores e reacionários.
[i] Economista, Professor Emérito da UFPB e Vice Coordenador do
Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira; nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com). Colaboraram os pesquisadores: Paola Arruda, Brenda
Tiburtino, Lara Souza, Raquel Lima e Guilherme de Paula.