Semana de 20 a 26 de janeiro de 2025
Rosângela Palhano Ramalho [i]
Caro leitor, enquanto o mundo digere a
retórica truculenta de Donald Trump e em torpor, aguarda pela possibilidade de
suas ameaças se tornarem reais, o governo brasileiro segue tentando dirimir
questões internas, que
Os resultados econômicos de 2024 estão
sendo apurados. O PIB deve crescer em torno de 3%, o desemprego apresentará
queda e nem a inflação, nem o dólar, como sugeriram, fecharão em descontrole.
Nossa balança comercial apresentará superávit superior a US$ 77 bilhões
O governo foi abertamente pressionado a
adotar uma política monetária contracionista para promover uma desaceleração da
economia. E o fez. Ainda não se sabe qual será o impacto do aumento da taxa de
juros, mas, os mesmos analistas que “exigiram” medidas contundentes contra o
inexistente monstro inflacionário, agora lamentam o efeito antes tão desejado.
Representantes do setor financeiro (bancos, consultorias e gestoras de fundos)
em suas cartas e relatórios tradicionais de início de ano, projetam uma recessão
técnica, representada por dois trimestres seguidos de queda do PIB. O resultado
fatídico viria nos últimos trimestres deste ano e, a economia cresceria em
torno de 2,5%.
O curioso é que, mesmo com o governo
atendendo ao clamor de uma rígida política monetária, os documentos levantam
“preocupações”. Temem que a reação do governo à desaceleração econômica seja a
de gastar mais. A afirmação flerta com a ideia de que os gastos governamentais
provocam apenas uma consequência: mais inflação
Enfim, os fantasmas criados em 2024 foram
tragados pela realidade, mas outros estão sendo concebidos para assombrar 2025.
Para felicidade nossa, o mercado erra e erra muito. Uma verificação feita pela
plataforma digital UOL (Universo On Line), mostrou que economistas,
especialistas e analistas de mercado, erraram em 95% das previsões dos últimos
quatro anos. Tomando como base o primeiro boletim Focus do Banco Central de
cada ano e a primeira edição da pesquisa “LatAm Fund Manager Survey”, feita
pelo Bank Of America, os erros incidem sobre as projeções do PIB, inflação,
taxa de juros, Ibovespa e dólar. E, se levarmos em conta apenas as previsões e
fechamentos anuais do PIB, inflação e juros, realizadas pelo Focus, os erros
foram de 100%, conforme apresentado na tabela a seguir!
Do poderio econômico e
financeiro não se cobra credibilidade. Do governo, sim.
O primeiro boletim Focus
de 2025 projeta crescimento do PIB de 2,02%, juros de 15% e inflação de 4,99%.
Esperamos veementemente que o mercado mantenha o padrão e
[1] Professora do Departamento de Economia da UFPB e
pesquisadora do PROGEB (@progebufpb, www.progeb.blogspot.com; rospalhano@yahoo.com.br,
rosangelapalhano31@gmail.com). Colaboraram: Brenda Tiburtino, Maria Júlia
Alencar, Guilherme de Paula, Nelson Rosas, Lara Souza e Gustavo Figueiredo.
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