Semana de 29 de março a 04 de abril de 2010
A euforia política e partidária já começa a tomar conta do cenário nacional, puxada pelas velhas estratégias preliminares de troca de acusações entre candidatos, inaugurações de obras de caráter eleitoreiro, denúncias e manipulação de dados e pesquisas.
No jogo político, os indicadores econômicos e sociais são muito utilizados, seja como meios de angariar votos, seja como armas para a crítica da oposição, e não ocorrerá de maneira diferente nas eleições que se aproximam. Mais uma vez os problemas econômicos estarão no centro do debate político. Situação e oposição já começam a preparar os argumentos que serão usados em seus discursos.
Não foi a toa, portanto, que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ganhou uma segunda versão chamada de PAC 2, formado por um conjunto de ações e medidas que, em sua grande maioria, já estavam previstas em sua primeira versão, mas que devido ao contingenciamento de recursos, e a incapacidade do governo, não foram realizadas. Dos 913 projetos previstos na nova etapa do programa para os setores de energia, transportes e recursos hídricos, 64% são provenientes da primeira fase, lançada em 2007. O PAC 1 estipulou investimentos da ordem de R$ 638 bilhões, até o final de 2010, mas, de acordo com o próprio governo, até final de 2009, apenas 40,3% das ações foram concluídas. Isto significa que em três anos, não se conseguiu realizar nem a metade daquilo que estava previsto para ser realizado em quatro anos.
Agora, no último ano, não por acaso ano de eleições, o governo lança o PAC 2 e começa a liberar de forma bem rápida os recursos que haviam sido contingenciados, em mais uma de suas estratégias de marketing político.
O afrouxamento dos gastos públicos, porém, é fonte de preocupação para o Banco Central (BC), que já espera uma taxa de inflação anual, acima do centro da meta de 4,5%, para 2010. A expectativa do BC já passou para uma taxa de inflação de 5,2%, neste ano, puxada pela demanda interna e elevação nas operações de crédito. Com isso espera-se também um aumento da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 8,45%. De acordo com o próprio BC, ela deve encerrar o ano em 11,75%.
O setor de construção civil, por sua vez, vê com grande otimismo esse crescimento da demanda. O indicador do nível de atividade do setor registrou 53,2 pontos, em fevereiro. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), índices acima de 50 pontos indicam aumento no nível de atividade. Em janeiro a construção civil contratou 62.755 trabalhadores formais. Nos últimos 12 meses o nível de emprego no setor cresceu 11,57%.
Já os demais ramos industriais, não estão satisfeitos com os processos de fusões e aquisições no varejo brasileiro, os fabricantes temem perder seu poder de negociação com a criação de gigantes varejistas, como a que resultou da união entre o Pão de Açúcar, o Ponto Frio e as Casas Bahia. Para representantes da indústria, o aumento da concentração no varejo, deverá resultar em acordos de venda exclusiva entre indústrias e redes de lojas.
Às vésperas das eleições e em ano de copa de mundo, é provável que os problemas econômicos percam o foco e sejam tratados do ponto de vista político e eleitoreiro. Mas, enquanto isto ocorre, a economia continuará funcionando, a concorrência continuará atuando e novos fatos surgirão neste complexo processo que é o desenvolvimento, mesmo que, momentaneamente, esses problemas sejam esquecidos ou tenham a sua natureza desviada, durante este ano de acontecimentos extraordinários.
No jogo político, os indicadores econômicos e sociais são muito utilizados, seja como meios de angariar votos, seja como armas para a crítica da oposição, e não ocorrerá de maneira diferente nas eleições que se aproximam. Mais uma vez os problemas econômicos estarão no centro do debate político. Situação e oposição já começam a preparar os argumentos que serão usados em seus discursos.
Não foi a toa, portanto, que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ganhou uma segunda versão chamada de PAC 2, formado por um conjunto de ações e medidas que, em sua grande maioria, já estavam previstas em sua primeira versão, mas que devido ao contingenciamento de recursos, e a incapacidade do governo, não foram realizadas. Dos 913 projetos previstos na nova etapa do programa para os setores de energia, transportes e recursos hídricos, 64% são provenientes da primeira fase, lançada em 2007. O PAC 1 estipulou investimentos da ordem de R$ 638 bilhões, até o final de 2010, mas, de acordo com o próprio governo, até final de 2009, apenas 40,3% das ações foram concluídas. Isto significa que em três anos, não se conseguiu realizar nem a metade daquilo que estava previsto para ser realizado em quatro anos.
Agora, no último ano, não por acaso ano de eleições, o governo lança o PAC 2 e começa a liberar de forma bem rápida os recursos que haviam sido contingenciados, em mais uma de suas estratégias de marketing político.
O afrouxamento dos gastos públicos, porém, é fonte de preocupação para o Banco Central (BC), que já espera uma taxa de inflação anual, acima do centro da meta de 4,5%, para 2010. A expectativa do BC já passou para uma taxa de inflação de 5,2%, neste ano, puxada pela demanda interna e elevação nas operações de crédito. Com isso espera-se também um aumento da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 8,45%. De acordo com o próprio BC, ela deve encerrar o ano em 11,75%.
O setor de construção civil, por sua vez, vê com grande otimismo esse crescimento da demanda. O indicador do nível de atividade do setor registrou 53,2 pontos, em fevereiro. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), índices acima de 50 pontos indicam aumento no nível de atividade. Em janeiro a construção civil contratou 62.755 trabalhadores formais. Nos últimos 12 meses o nível de emprego no setor cresceu 11,57%.
Já os demais ramos industriais, não estão satisfeitos com os processos de fusões e aquisições no varejo brasileiro, os fabricantes temem perder seu poder de negociação com a criação de gigantes varejistas, como a que resultou da união entre o Pão de Açúcar, o Ponto Frio e as Casas Bahia. Para representantes da indústria, o aumento da concentração no varejo, deverá resultar em acordos de venda exclusiva entre indústrias e redes de lojas.
Às vésperas das eleições e em ano de copa de mundo, é provável que os problemas econômicos percam o foco e sejam tratados do ponto de vista político e eleitoreiro. Mas, enquanto isto ocorre, a economia continuará funcionando, a concorrência continuará atuando e novos fatos surgirão neste complexo processo que é o desenvolvimento, mesmo que, momentaneamente, esses problemas sejam esquecidos ou tenham a sua natureza desviada, durante este ano de acontecimentos extraordinários.
Texto escrito por:
Diego Mendes Lyra: Mestrando em economia, Professor Substituto do Departamento de Economia da UFPB e pesquisador do Progeb – Projeto globalização e crise na economia brasileira
Email: progeb@ccsa.ufpb.br
Diego Mendes Lyra: Mestrando em economia, Professor Substituto do Departamento de Economia da UFPB e pesquisador do Progeb – Projeto globalização e crise na economia brasileira
Email: progeb@ccsa.ufpb.br
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