Continua a lenta recuperação da economia global e, por maior que sejam os esforços das instituições governamentais, financeiras e do conjunto dos agentes econômicos ativos, persiste algum pessimismo.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) orienta os bancos centrais a colocarem entre os seus objetivos explícitos, além do controle da inflação, a estabilidade financeira e metas claramente delineadas sobre as taxas de câmbio.
Na realidade, nos próximos tempos, o foco principal da política financeira deverá estar voltado para o controle da inflação, utilizando-se dos mecanismos taxas de juros e câmbio. Mas, a realidade econômica do mercado, sendo este soberano, é bem mais rica na sua diversifidade, e as intenções distanciam-se da prática corrente com muita frequência. E, embora muitos acreditem que juros baixos podem alimentar bolhas, os juros altos não garantem a estabilidade financeira que tanto se deseja.
Mas, além das contradições internas da política econômica de cada país, os efeitos entre as economias, em um planeta globalizado, são incontroláveis. Assim, uma mudança na política econômica da China, em busca de uma nova estratégia de crescimento, necessariamente terá efeitos sobre as economias que se relacionam comercialmente com ela. Trata-se, nesse caso, de uma economia gigante, calcada num modelo exportador em fase de esgotamento, segundo a avaliação do Congresso Nacional do Povo, iniciado a 04 deste mês, que discutiu o Plano Quinquenal do período que vai de
Além da economia chinesa e sua irrefutável influência no mundo econômico global, outras variáveis contribuem para o desequilíbrio planetário, tais como as quedas sucessivas do euro e os preços do petróleo, esta última, sem dúvidas, influenciada por fatores políticos como a rebelião, ou guerra civil, na Líbia. Acrescente-se agora os fatores naturais como a catástrofe do Japão ainda com proporções desconhecidas.
No Brasil, o Banco Central tenta ser o principal protagonista da vida econômica procurando controlar a inflação, mantendo o crescimento, sem explicitar, porém, se o fará nas formas “dovish” (pombos) ou ”howkish” (falcões), mas sinalizando para o governo quais devem ser as suas principais preocupações.
A primeira, ter como meta central o controle inflacionário; a segunda, dirigida à Fazenda, sobre o controle das ações parafiscais e reajustes salariais do setor público; a terceira é para que “não se pegue pesado” na reversão das taxas de câmbio.
O Comitê de Política Monetária (COPOM), na última reunião, deu sua contribuição elevando a taxa de juro em 0,50 ponto percentual, passando a Selic para 11,75% a.a. Sob o estímulo dessas altas taxas de juros, o fluxo cambial para o Brasil aumentou assustadoramente. Nesse momento, no espaço de dois meses, ele já supera o volume registrado no ano passado, atingindo o montante de US$ 24,356 bilhões, dos quais o BC comprou US$18,722 bilhões na tentativa de amortecer os impactos de tal volume de dólares na cotação da moeda brasileira.
Nesta dificil situação, enquanto o país vacila no falso dilema entre crescimento ou inflação ouvem-se as críticas dos cérebros da nossa economia. Pela esquerda Carlos Lessa chama os movimentos do PIB de “esvoaçar cacarejante, num nível de chão de galinheiro” “o Brasil continua um pigmeu em relação a uma China, que pratica taxas de investimento de 40% do PIB. Ou de uma Índia, acima de 30%...” (esta taxa no Brasil, em 2010, foi de 18%). Pela direita Delfim Neto compara: “Enquanto a China está se pensando para 2050, o Brasil continua a se pensar para
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