domingo, 1 de junho de 2025

A LUTA CONTRA AS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

Semana de 19 a 25 de maio de 2025

   

Nelson Rosas Ribeiro[i]

   

A questão da Selic, taxa básica de juros, que é estabelecida pelo Copom, órgão do Banco Central (BC), e que regula as taxas de juros da economia, tem sido tratada, nesta coluna, de diversos modos. Pode ser até repetitivo, mas a importância do assunto é tal que não podemos nos omitir, já que o Copom voltou a se reunir e estabelecer um novo patamar para a taxa: aumentou de 14,25% para 14,75%. O pior é que, mesmo com a mudança de vários diretores e do próprio presidente do BC, a política e as justificativas para o aumento continuam a ser as mesmas. Como a inflação, considerada como causada pelo excesso de demanda, tem sido “resiliente”, e continua a ameaçar a economia, o remédio para combatê-la, o único que o BC conhece, o aumento da taxa Selic, continua a ser aplicado. Dizem eles, que os juros elevados, fazem com que os consumidores deixem de consumir, as empresas deixem de investir, reduzindo com isto o seu consumo produtivo, e o governo também reprima sua política distributiva e de gastos. Em outras palavras, o remédio é aumentar o desemprego, diminuir os salários, dificultar os empréstimos e os investimentos, ou seja, desacelerar a economia. O BC lamenta que o crédito vem crescendo a dois dígitos, garantindo o ritmo de crescimento da economia. O comércio, a indústria e os serviços continuam a crescer, o mercado de trabalho permanece forte e os salários aumentaram em torno de 4%. As previsões para o PIB ultrapassaram os 4%. Isto é inadmissível.

É nesta frente que opera a Organização Criminosa, que atua no Banco Central e que, intencionalmente, trabalha para derrubar a economia, sendo aplaudida pela oposição, pois concorre para enfraquecer o governo e criar um ambiente negativo à reeleição do presidente Lula. Curiosamente, graças à estúpida ideologia econômica que adotam, economistas e partidários do presidente aliam-se a esta matilha de cães raivosos. Sobre os efeitos nefastos da elevação da Selic, para a economia, remeto os leitores para as duas últimas análises publicadas nesta coluna.

Mas, o BC está combativo e pede calma ao público, pois vai continuar a elevar a taxa Selic até conseguir derrubar os teimosos que insistem em manter o crescimento. E o único caminho é reduzir a demanda, pois a oferta não se pode aumentar, segundo um outro tabu: um tal de “produto potencial”.  Como o Brasil já atingiu o limite de seu produto potencial, se ultrapassá-lo, disparará a inflação sem controle. O Copom acalma o mercado afirmando que “… o processo de moderação de crescimento deve ocorrer, após vários anos de surpreendente dinamismo”.  O presidente do BC, Gabriel Galípolo, tranquiliza ainda mais o mercado prometendo que a Selic permanecerá elevada, “por um período bastante prolongado.” Enquanto a economia resistir, se mantiver resiliente, o Copom será implacável. Isso dito por eles próprios. Por isto, temos afirmado, que a Organização Criminosa que atua na direção do BC, é muito mais maléfica que o PCC ou o CV. Enquanto estes causam mal a algumas pessoas, aquela causa mal ao país e, portanto, à toda a população. São traidores da pátria.

Para tristeza geral, no entanto, a economia teima em não desacelerar. A Organização Criminosa que comanda o BC enfrenta um inimigo poderoso que trabalha na direção contrária. Fiel aos seus compromissos eleitorais o governo esforça-se para alimentar o crescimento da economia e melhorar as condições de vida da população com algum sucesso. A concessão de novos créditos avançou 18,2% para pessoas jurídicas e 12,5% para pessoas físicas, em março. Os consumidores, estimulados pela solidez do mercado de trabalho, estão dispostos ao endividamento e as empresas, além do crédito bancário, passaram a fazer captações no mercado de capitais. O aumento do salário-mínimo injetou mais R$81,5 bilhões na economia. A indústria cresceu, até agora, 1,9%. Em 12 meses, o varejo restrito expandiu-se 3,1% e o ampliado 3%. O governo criou o crédito consignado para o trabalhador privado, com garantia do FGTS, e uma linha de R$30 bilhões para uma nova faixa de renda do Minha Casa Minha Vida, para a classe média. Pretende estender o Gás para Todos, de 1,2 milhão de família, para 17 milhões e isentar do pagamento de luz os que consumem até 80kWh, que atinge 60 milhões de pessoas.

Como se pode ver, o governo não desiste e luta com bravura para manter o crescimento e cumprir seus compromissos com os mais necessitados. E além de tudo tem de travar a luta contra a outra Organização Criminosa, que não dá tréguas dentro do congresso.

Vida difícil a do governo Lula!


[i] Economista, Professor Emérito da UFPB e Vice Coordenador do Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira; nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com). Colaboraram os pesquisadores: Camylla Martins, Guilherme de Paula, Jessica Brito, Lara Souza, Paola Arruda, Victoria Rodrigues e Ryann Felix.




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