Semana de 19 a 25 de maio de 2025
Nelson Rosas Ribeiro[i]
A questão da Selic, taxa básica de juros,
que é estabelecida pelo Copom, órgão do Banco Central (BC), e que regula as
taxas de juros da economia, tem sido tratada, nesta coluna, de diversos modos.
Pode ser até repetitivo, mas a importância do assunto é tal que não podemos nos
omitir, já que o Copom voltou a se reunir e estabelecer um novo patamar para a
taxa: aumentou de 14,25% para 14,75%. O pior é que, mesmo com a mudança de
vários diretores e do próprio presidente do BC, a política e as justificativas
para o aumento continuam a ser as mesmas. Como a inflação, considerada como
causada pelo excesso de demanda, tem sido “resiliente”, e continua a ameaçar a
economia, o remédio para combatê-la, o único que o BC conhece, o aumento da
taxa Selic, continua a ser aplicado. Dizem eles, que os juros elevados, fazem
com que os consumidores deixem de consumir, as empresas deixem de investir,
reduzindo com isto o seu consumo produtivo, e o governo também reprima sua
política distributiva e de gastos. Em outras palavras, o remédio é aumentar o
desemprego, diminuir os salários, dificultar os empréstimos e os investimentos,
ou seja, desacelerar a economia. O BC lamenta que o crédito vem crescendo a
dois dígitos, garantindo o ritmo de crescimento da economia. O comércio, a
indústria e os serviços continuam a crescer, o mercado de trabalho permanece
forte e os salários aumentaram em torno de 4%. As previsões para o PIB
ultrapassaram os 4%. Isto é inadmissível.
É nesta frente que opera a Organização
Criminosa, que atua no Banco Central e que, intencionalmente, trabalha para
derrubar a economia, sendo aplaudida pela oposição, pois concorre para
enfraquecer o governo e criar um ambiente negativo à reeleição do presidente
Lula. Curiosamente, graças à estúpida ideologia econômica que adotam,
economistas e partidários do presidente aliam-se a esta matilha de cães
raivosos. Sobre os efeitos nefastos da elevação da Selic, para a economia,
remeto os leitores para as duas últimas análises publicadas nesta coluna.
Mas, o BC está combativo e pede calma ao
público, pois vai continuar a elevar a taxa Selic até conseguir derrubar os
teimosos que insistem em manter o crescimento. E o único caminho é reduzir a
demanda, pois a oferta não se pode aumentar, segundo um outro tabu: um tal de
“produto potencial”. Como o Brasil já
atingiu o limite de seu produto potencial, se ultrapassá-lo, disparará a
inflação sem controle. O Copom acalma o mercado afirmando que “… o processo de
moderação de crescimento deve ocorrer, após vários anos de surpreendente
dinamismo”. O presidente do BC, Gabriel
Galípolo, tranquiliza ainda mais o mercado prometendo que a Selic permanecerá
elevada, “por um período bastante prolongado.” Enquanto a economia resistir, se
mantiver resiliente, o Copom será implacável. Isso dito por eles próprios. Por
isto, temos afirmado, que a Organização Criminosa que atua na direção do BC, é
muito mais maléfica que o PCC ou o CV. Enquanto estes causam mal a algumas
pessoas, aquela causa mal ao país e, portanto, à toda a população. São
traidores da pátria.
Para tristeza geral, no entanto, a economia
teima em não desacelerar. A Organização Criminosa que comanda o BC enfrenta um
inimigo poderoso que trabalha na direção contrária. Fiel aos seus compromissos
eleitorais o governo esforça-se para alimentar o crescimento da economia e
melhorar as condições de vida da população com algum sucesso. A concessão de
novos créditos avançou 18,2% para pessoas jurídicas e 12,5% para pessoas
físicas, em março. Os consumidores, estimulados pela solidez do mercado de
trabalho, estão dispostos ao endividamento e as empresas, além do crédito
bancário, passaram a fazer captações no mercado de capitais. O aumento do
salário-mínimo injetou mais R$81,5 bilhões na economia. A indústria cresceu,
até agora, 1,9%. Em 12 meses, o varejo restrito expandiu-se 3,1% e o ampliado
3%. O governo criou o crédito consignado para o trabalhador privado, com
garantia do FGTS, e uma linha de R$30 bilhões para uma nova faixa de renda do
Minha Casa Minha Vida, para a classe média. Pretende estender o Gás para Todos,
de 1,2 milhão de família, para 17 milhões e isentar do pagamento de luz os que
consumem até 80kWh, que atinge 60 milhões de pessoas.
Como se pode ver, o governo não desiste e
luta com bravura para manter o crescimento e cumprir seus compromissos com os
mais necessitados. E além de tudo tem de travar a luta contra a outra
Organização Criminosa, que não dá tréguas dentro do congresso.
Vida difícil a do governo Lula!
[i] Economista, Professor Emérito da UFPB e Vice Coordenador do
Progeb – Projeto Globalização e Crise na Economia Brasileira;
nelsonrr39@hotmail.com; (www.progeb.blogspot.com). Colaboraram os
pesquisadores: Camylla Martins, Guilherme de Paula, Jessica Brito, Lara Souza,
Paola Arruda, Victoria Rodrigues e Ryann Felix.
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