Semana de 23 a 29 de junho de 2025
Rosângela Palhano Ramalho[1]
Caro leitor, todas as semanas esta coluna
atualiza as informações da conjuntura nacional e fica cada vez mais claro que,
se assumíssemos a realidade econômica como aquela retratada pelo jornalismo
econômico, já havíamos, como muitos, decretado o fim do governo e do Brasil.
Com interesses diversos, a sabotagem ao governo e aos bons resultados da
economia continua. A oposição política
A
política de juros altos
Infelizmente, querido leitor, inverteu-se a
interpretação da conjuntura econômica. Enquanto o jornalismo festeja o aumento
dos juros, os bons resultados vêm acompanhados sempre de muitos “ses”. Pois, ao
que parece, nada deve ser considerado como positivo a não ser uma baixa
inflação acompanhada de um severo ajuste fiscal. Nesta frente, o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad encabeça as negociações para manter a execução das
políticas públicas. Suas idas ao Congresso Nacional, viraram quase um pedido de
licença para que o governo exerça a função de governar. Cobrando, e sem
direcionar onde cortar gastos, os parlamentares tentam, por motivações
políticas e econômicas, encurralar o governo, que
Ainda sem acordos no que diz respeito à
questão fiscal, percebe-se que o conteúdo passou a integrar 99% dos artigos de
opinião e editoriais dos maiores dos noticiários do país, enquanto os dados
conjunturais da economia brasileira e os consequentes avanços sociais são
sistematicamente omitidos. Instituições externas palpitam e aconselham o Brasil
sobre a necessária disciplina fiscal. Richard Gnodde, vice-presidente do
Goldman Sachs, opinou que para manter sua atratividade, o país precisa
“promover reformas estruturais certas” para “crescer e superar o desafio
fiscal”. Já o Banco Mundial informa que o Brasil precisa fazer ajuste fiscal de
3%, incluindo, na pauta, novas reformas previdenciária e administrativa. Que
falta de pudor. Por que não estamos surpresos? O ajuste “certo” só o é se punir
os pobres.
Enfim, aqueles que alimentam o cenário
melancólico de liquidação deste governo, 1 ano e meio antes das eleições de
2026, parecem estar vivendo como Bobby. Personagem principal da série infantil
O Fantástico Mundo de Bobby, veiculada na década de 1990, Bobby vivencia sua
vida cotidiana de forma fantasiosa e fantástica, a partir da sua mente
imaginosa. Mas, o limite entre a fantasia
[1] Professora do Departamento de Economia da UFPB e
pesquisadora do PROGEB (@progebufpb, www.progeb.blogspot.com; rospalhano@yahoo.com.br,
rosangelapalhano31@gmail.com). Colaboraram: Rubens Gabriel, Antônio Queiroz,
Mateus Eufrásio, Nelson Rosas, Júlia Bomfim e Julia Dayane.