Semana de 02 a 08 de junho de 2025
Lucas Milanez de Lima Almeida [i]
Caro leitor, antes de iniciar a análise
propriamente dita, preciso destacar dois temas que trazem sentimentos opostos.
O primeiro é a, cada vez mais, escancarada
ação genocida do Estado de Israel contra a população da Palestina. Se, desde o
começo, a desproporção do ataque do Estado judeu já foi flagrante, não é de
hoje que o que tem acontecido por lá se transformou em um massacre abominável.
Campos de concentração, há
O
segundo tema a ser destacado é que, nesta semana que ainda não terminou, não há
a menor possibilidade de qualquer brasileiro com o mínimo de intelecto escrever
algo e não falar do prazer em ver militares sentados no banco dos réus da
justiça civil. É muita alegria ver um troglodita, metido a corajoso, se
amofinar diante de um juizado composto pela Suprema Corte do país. Nesse
momento, para além das lembranças de toda a pressão contra as Eleições de 2022,
vem à mente, também, o conjunto de iniquidades praticadas por Bolsonaro durante
a pandemia de Covid-19. É possível que, pela primeira vez na nossa história,
vejamos uma rápida (mesmo que tímida) resposta às atrocidades praticadas por
militares brasileiros. Para termos a cereja em cima do bolo, só faltaria mesmo
a burguesia que o apoiou pagar junto. Mas, eu sei, isto é querer demais...
Enfim, vamos aos fatos da semana que já acabou.
Como
já foi trazido na análise passada, há uma verdadeira guerra de narrativas
acerca dos fatos sobre a economia brasileira. Os dados mostram uma melhora
significativa em várias dimensões, desde a queda na desigualdade de renda até o
aumento nos investimentos e nas exportações. Porém, os noticiários vivem
afirmando que isto é um problema para o país, que não deveríamos crescer tanto
e gerar tanto emprego.
De acordo com os dados oficiais do IBGE, a
economia brasileira cresceu 1,4% entre
Detalhando um pouco, é importante destacar
que houve uma forte contribuição da Agropecuária no crescimento geral, que
saltou 12,2% no período. Esta cifra reflete uma recuperação da forte queda do
fim do ano passado (-4,4%). No caso dos Serviços, não houve uma mudança
significativa em relação ao período anterior, crescendo 0,3% nesses primeiros
meses de 2025. Contudo, a Indústria de Transformação foi o ponto negativo,
literalmente, tendo em vista que o PIB do setor caiu 1,0%. Por sua vez, a
Construção Civil reduziu em 0,8% seu PIB. A situação geral da Indústria só não
foi pior por causa da Indústria Extrativa (+2,1%) e dos Serviços Industriais de
Utilidade Pública (+1,5%).
Para encerrar a descrição dos dados sobre o
PIB, alguns componentes da demanda foram destaques positivos: os aumentos de
3,1% nos Investimentos e de 2,9% nas Exportações. Isto mostra maior pujança da
atividade econômica, pois corresponde, por um lado, a um aumento na capacidade
produtiva, nas contratações e na geração de renda, e, por outro,
Bom, reforçando o que já foi dito em
análises anteriores, em especial
Deixemos essa discussão para outro dia...
[i] Professor (DRI/UFPB; PPGCPRI/UFPB; PPGRI/UEPB) e
Coordenador do PROGEB. (@progebufpb, www.progeb.blogspot.com; @almeidalmilanez; lucasmilanez@hotmail.com). Colaboraram: Antonio Fontes, Bruno Lins, Camylla Martins,
Guilherme de Paula, Lara Souza, Nelson
Rosas, Rosângela Palhano e Victoria Rodrigues.